ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 05-3-2007.
Aos cinco dias do mês de
março do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias Vidal,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maristela
Maffei, Newton Braga Rosa e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum,
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Luiz Braz, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Nereu
D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Resolução nº 005/07 (Processo nº
0005/07); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto de Lei do Legislativo nº
256/06 (Processo nº 5934/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
0046, 0184, 0216, 0611, 0850, 1445 e 1630/07 do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde; 087/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na
ocasião, deixaram de ser votadas as Atas da Sessão de Instalação da Primeira
Sessão Ordinária e da Primeira e Segunda Sessões Extraordinárias. da Terceira
Sessão Legislativa Ordinária. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, à Senhora Alessandra Michelle Maciel Dias, Presidenta da
Associação Cultural José Martí, que relatou as dificuldades enfrentadas por
brasileiros formados em Medicina em Cuba para que seus diplomas sejam
reconhecidos e validados no Brasil, argumentando que entidades de classe e
universidades colocam empecilhos de ordem material e técnica para a realização
desse procedimento. Em relação ao assunto, destacou que a Escola
Latino-Americana de Medicina é um projeto que forma médicos para atendimento de
populações carentes, alegando que a valorização dessa iniciativa seria benéfica
ao Brasil. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Maristela Maffei, Márcio Bins Ely, Claudio Sebenelo, Sofia Cavedon, João
Antonio Dib e Clênia Maranhão manifestaram-se acerca do assunto tratado durante
a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei
solidarizou-se com os brasileiros formados pela Escola Latino-Americana de
Medicina, asseverando que essas pessoas devem ter garantido o seu direito de conclusão
dos estudos no Brasil. Nesse sentido, rechaçou a postura adotada pelo Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, declarando que a abordagem
desse assunto por essa entidade é pautada por critérios ideológicos, e não
técnicos. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta
minutos, constatada a existência de quórum. Em TEMPO DE PRESIDENTE, a Vereadora
Maria Celeste prestou informações acerca da programação de eventos deste
Legislativo, relativos ao transcurso do Dia Internacional da Mulher, no dia
oito de março do corrente, historiando as conquistas alcançadas pelas mulheres
ao longo dos anos. Ainda, frisou a responsabilidade desta Casa para garantir
políticas de igualdade entre gêneros, afirmando que o foco das atividades
programadas serão ações e temas relativos à afirmação da mulher na sociedade
brasileira. Em prosseguimento, foi realizada apresentação de audiovisual
referente ao tema “70 anos do voto feminino”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador João Antonio Dib saudou o transcurso, hoje, do nonagésimo segundo
aniversário da Sociedade Gondoleiros, procedendo à leitura de discurso sobre o
tema, elaborado pela Senhora Maria de Lourdes Kaufmann, integrante dessa
entidade. Nesse contexto, destacou as opções de lazer e esportes ali
disponibilizadas aos associados e homenageou o trabalho desenvolvido pela
Senhora Ilda Maria Fifa Machado, Presidenta dessa Sociedade. A seguir, a Senhora
Presidenta registrou a presença, neste Plenário, da ex-Deputada Federal Luci
Choinacki. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maristela
Maffei, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Sebastião Melo defendeu a realização de uma Reforma
Política no Brasil, propondo a revisão de temas como financiamento de campanha,
possibilidade de reeleição, duração de mandatos, fidelidade partidária e voto
distrital. Nesse contexto, considerou insustentável a manutenção do sistema
político atualmente vigente no País e asseverou que eventuais mudanças nesse aspecto
devem ser implantadas gradativamente. A Vereadora Sofia Cavedon propugnou pela
reabertura do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul,
salientando que a formação de educadores é fundamental para a evolução do
sistema de ensino público no Estado. Em relação ao assunto, recordou avanços conquistados
na área de educação infantil em Porto Alegre, especialmente no tocante aos
convênios firmados pelo Governo Municipal com as creches comunitárias. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell criticou as condições de limpeza da Praça
Marechal Deodoro, desaprovando a atuação da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente na conservação desse logradouro. Também, cobrou da Fundação de Assistência
Social e Cidadania campanha no sentido de esclarecer a população sobre os
efeitos negativos da distribuição de alimentos e esmolas nas ruas, enfatizando
que doações dessa natureza devem ser encaminhadas a entidades que realizam
trabalhos sociais. Em continuidade, os Vereadores Haroldo de Souza e Carlos
Todeschini manifestaram-se acerca do artigo 216, inciso III, do Regimento, que
trata do traje para comparecimento às Sessões Plenárias, tendo o Senhor
Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Elói Guimarães explicitou sua admiração pela democracia, sustentando
que essa é a forma de governo que apresentou melhores resultados na história da
humanidade e frisando que os maiores países são aqueles que adotam e protegem
esse sistema. Nesse sentido, posicionou-se favoravelmente à realização de uma
Reforma Partidária no Brasil, que busque o fortalecimento das instituições
democráticas e dos canais de acesso da população aos Poderes. O Vereador
Aldacir Oliboni relatou o caso de um cidadão que foi orientado a realizar
consulta com cardiologista após atendimento em Unidade de Saúde de Porto
Alegre, mostrando-se contrariado com o fato de a Central de Marcação de
Consultas ter vagas nessa especialidade somente para o próximo ano. Sobre o
tema, exigiu explicações por parte do Senhor Pedro Gus, Secretário Municipal de
Saúde, propondo a verificação desses fatos nas Unidades de Saúde municipais. O
Vereador Claudio Sebenelo elogiou
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 033/06, que altera a Lei
Complementar nº 197/89, relativa ao Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”. Ainda, comentou políticas de saúde
implementadas pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo
Municipal, afirmando ter
ocorrido uma degradação dos serviços oferecidos à população nessa área e citando, em especial, problemas
verificados nas Vilas do IAPI e Cruzeiro. O Vereador Ervino Besson relatou casos de homicídios de
crianças ocorridos neste ano no Brasil, em especial a morte do menino João
Hélio Fernandes Vieites, no Rio de Janeiro, e da menina Gabrielli Cristina, em
Santa Catarina. Nesse sentido, propugnou pela mobilização da sociedade para que
sejam buscadas medidas concretas de combate à violência e para que crimes
hediondos sejam rigorosamente punidos, garantindo-se mais segurança à
população. O Vereador João Antonio Dib, aludindo
à possibilidade de implantação de reforma política no País, posicionou-se favoravelmente à eleição
de Assembléia Nacional Constituinte, com o objetivo exclusivo de elaborar uma
nova Constituição, considerando que o
Congresso Nacional não possui a credibilidade exigida para legislar sobre o
assunto. Ainda, apoiou a
ampliação do período do mandato de membros dos Poderes Executivo e Legislativo
e uma maior ênfase na questão da fidelidade partidária. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 033/06, discutido pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/06,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 240, 241, 258 e 141/06, este discutido pelos
Vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, os Projetos de Lei
do Executivo nos 060 e 061/06, este discutido pelo Vereador Márcio
Bins Ely, o Projeto de Resolução nº 007/07; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 045, 234, 235, 236 e 238/06 e 004/07, este discutido
pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Executivo nº 001/07, os Projetos
de Resolução nos 099/06, 001, 002, 003, 004, 016, 017, 018, 019,
020, 021 e 025/07. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
Vereador Aldacir Oliboni, na presidência dos trabalhos, solicitando que os
Senhores Vereadores fossem dispensados do uso da indumentária prevista no
artigo 216, III, do Regimento, tendo se manifestado contrariamente ao proposto
os Vereadores João Antonio Dib e José Ismael Heinen. Ainda, o Vereador João
Carlos Nedel manifestou-se, informando a liberação, pelo Governo Federal, de recursos
para a área habitacional do Município, com o objetivo de viabilizar a
urbanização das Vilas Dique e Nazaré. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José
Ismael Heinen discorreu sobre o
lançamento, hoje, da Semana de Conscientização de Utilização da Faixa de
Segurança, conforme determinado pela Lei Municipal nº 10.031/06. Quanto ao tema, apresentou dados relativos
aos atropelamentos ocorridos no País nos últimos anos, destacando as mortes e seqüelas resultantes desses acidentes e a
importância de que sejam assegurados os direitos dos pedestres, constantes na
legislação de trânsito brasileiro. Após, por solicitação do Vereador Adeli
Sell, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Bispo Emérito
de Santa Maria, Dom Ivo Lorscheiter, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Nilo Santos comparou as
políticas de assistência social do atual Governo Municipal com as vigentes no
período em que o Partido dos Trabalhadores se encontrava na direção da Cidade. Ainda,
leu trechos de artigos publicados na
imprensa nos anos de mil novecentos e noventa e sete e de dois mil e quatro, declarando que os programas de apoio à infância então
divulgados representaram meras peças publicitárias, distanciadas da realidade
de Porto Alegre. O Vereador Adeli Sell citou montantes de verbas federais recebidas pelo Município, em
especial aquelas destinadas a programas habitacionais e de urbanização de áreas
carentes, questionando valores
para aplicação no setor de saúde encaminhados pelo Governo Estadual e mencionando recursos recebidos por
Porto Alegre do Fundo Nacional de Saúde. Além disso, contestou críticas ao Partido dos Trabalhadores, efetuadas
hoje pelo Vereador Nilo Santos, em Comunicação de Líder. A Vereadora Clênia
Maranhão informou ser do
interesse do seu Partido o comparecimento, nesta Casa, de integrantes do
Governo Municipal, para debates relativos às linhas de trabalho seguidas pelo
Poder Executivo. Além disso, abordou
as atividades que integram a Semana da Mulher 2007, programada neste
Legislativo para o período de cinco a dezesseis de março do corrente, analisando a forma como a questão da igualdade
de gêneros vem sendo tratada na sociedade contemporânea. O Vereador Luiz Braz
reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador Adeli Sell, em Comunicação de
Líder, examinando as gestões
realizadas pelo Partido dos Trabalhadores à frente dos Governos Municipal e
Estadual. Também, aludiu aos repasses destinados ao
Sistema Único de Saúde nos anos de dois mil e dois a dois mil e quatro, asseverando ter ocorrido uma redução
considerável dessas verbas, causando prejuízos ao atendimento de saúde
oferecido aos porto-alegrenses. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 009/07, de
autoria da Vereadora Neuza Canabarro, por meio do qual Sua Excelência comunica
que não participará da presente Sessão em decorrência de sua viagem ao
Município de São Paulo – SP –, para participar da pré-estréia do filme
“Inacreditável – A batalha dos aflitos”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Ervino Besson formulou votos de
pesar pelo falecimento de Dom Ivo Lorscheiter, Bispo Emérito do Município de
Santa Maria. Ainda, protestou contra Medida Provisória
editada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovada pela Câmara de
Deputados, que destina verbas para implantação de políticas fundiárias pelo
governo boliviano, sugerindo a
utilização desses recursos em programas de revitalização do setor agropecuário
brasileiro. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell manifestou-se acerca do
pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador Luiz Braz, em Comunicação de Líder.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza traçou um comparativo
entre as gestões do Partido dos Trabalhadores e do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro junto aos Governos Estadual e Municipal, afirmando que não se observa o
adequado diálogo entre os Poderes Executivo e Legislativo nessas esferas. Ainda, defendeu a atuação conjunta dos
diferentes grupos ideológicos e partidários, na busca de soluções aos problemas
brasileiros e de mais qualidade de vida à população. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado
pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o definido em reunião
realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, tendo se manifestado a
respeito o Vereador Claudio Sebenelo. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando a retirada de tramitação do
Projeto de Resolução nº 0102/05 (Processo nº 3198/05). Em continuidade, foi
aprovado Requerimento do Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do
Partido do Movimento Democrático Brasileiro, solicitando a substituição do
Vereador Haroldo de Souza pelo Vereador Sebastião Melo na titularidade da
Terceira Comissão Representativa. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
011/07, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo
Vereador João Antonio Dib. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados
os Requerimentos nos 009, 013 e 017/07. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 085/06. Na ocasião, o Vereador
João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora
Presidenta, solicitando estudos acerca da possibilidade de tramitação, em caso
de aplicação do artigo 81 da Lei Orgânica do Município, de Projetos que tenham
recebido, em todas as Comissões por que passaram, pareceres pela sua rejeição.
Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 078/06,
o qual, após ser discutido pelos Vereadores Mario Fraga, Claudio Sebenelo,
Adeli Sell, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely e Sebastião Melo, teve sua
discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do
Vereador Nereu D’Avila. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo
nº 078/06, o Vereador Ervino Besson cedeu seu tempo de discussão ao Vereador
Márcio Bins Ely. Na oportunidade, por solicitação dos Vereadores Haroldo de
Souza e Mario Fraga, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a
existência do mesmo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 008/06, o qual, após ser discutido pelos
Vereadores José Ismael Heinen, Adeli Sell, João Antonio Dib e Carlos Comassetto,
teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Na ocasião, foi
votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, a qual obteve dezesseis
Votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos
Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, João
Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste,
Mario Fraga, Nereu D'Avila, Nilo Santos e Sebastião Melo, votação esta declarada nula pela Senhora
Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito
horas e cinqüenta minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados
pelos Vereadores Alceu Brasinha e Elias Vidal, este como Secretário “ad hoc”.
Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora
Presidenta.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos
à
A Srª Alessandra Michelle
Maciel Dias, representando a Associação Cultural José Martí, está com a palavra
para tratar de assuntos relativos às atitudes das universidades e entidades de
classe em relação aos médicos formados em Cuba, pelo tempo regimental de dez
minutos.
A
SRA. ALESSANDRA MICHELLE MACIEL DIAS: Boa-tarde
aos Vereadores e às Vereadoras hoje aqui presentes. Queria agradecer a todos o
espaço a nós concedido, para, mais uma vez, falarmos sobre o nosso problema. Eu
estou aqui em nome da Associação Cultural José Martí, da qual faço parte, e da
Associação dos Médicos e Amigos de Cuba, da qual sou Presidente. Gostaria de
ocupar este espaço hoje para denunciar uma série de ilegalidades que vimos
sofrendo desde que retornamos ao Brasil, ilegalidades essas que impossibilitam
que nós revalidemos os nossos diplomas e exerçamos a nossa profissão médica no
Brasil.
Quero primeiro falar que a ELAM - Escola Latino-Americana de Medicina - é um projeto criado por Fidel Castro para formar médicos que atendam às populações carentes do Brasil. Portanto, esses médicos são oriundos de famílias pobres, movimentos sociais e Partidos políticos. A primeira turma formada por esse projeto retornou ao Brasil em 2005, da qual eu faço parte, e, desde que retornou a primeira turma, não conseguimos exercer a nossa profissão.
O
que nós queríamos fazer hoje é denunciar as ilegalidades, primeiro, que cometem
as universidades. Quando chegamos, temos de entregar os nossos documentos para
revalidação na universidade. Aqui na UFRGS e na maioria das universidades do
Brasil, cometem-se inúmeras coisas para impedir que os médicos revalidem os
seus diplomas. Uma delas é cobrar taxas que variam de duzentos reais a cinco
mil reais, como é o caso da Universidade do Amazonas, na tentativa de
constituir uma barreira econômica para esses estudantes. Outra é ficarem anos
sem abrir processo de revalidação e, quando abrem, muitas vezes excluem muitos
estudantes por limitar o número de vagas.
Um
outro grande problema criado pelas universidades é que ultimamente tem sido
alegado que o currículo de Cuba não é compatível com o currículo do Brasil, o
que é uma inverdade, pois o diploma cubano já foi revalidado em nosso País, e
essa compatibilidade foi comprovada por uma comissão interministerial que
visitou Cuba para avaliar o ensino médico de lá.
Uma
outra coisa que somos obrigados a denunciar é a influência ilegal das entidades
médicas, digam-se Conselhos Federais ou Regionais de Medicina, no processo de
revalidação. Essa é uma função que não compete a eles - a única função dessas
entidades é a de regulamentação da profissão médica.
Por
último, o que nos deixou muito tristes foi a grande ilegalidade que cometeu o
Conselho Regional de Medicina - muitos Vereadores desta Casa estavam presentes,
como o Ver. Todeschini, a Verª Sofia -, já que o Conselho Federal de Medicina
elaborou uma Resolução permitindo que os estudantes formados em Cuba cursassem
a residência médica enquanto não tivessem seus diplomas revalidados. Cinco
estudantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e eu fizemos o exame
Amrigs, fomos aprovados, mas o Conselho Regional de Medicina proibiu que
fizéssemos essa residência médica no Hospital Conceição, algo que nos é
garantido por uma Resolução do próprio Conselho Federal de Medicina.
Em
2003 foi assinado um Protocolo de Intenções entre Brasil e Cuba para se fazer
um ajuste complementar a um acordo bilateral existente entre os dois países,
para a revalidação dos diplomas. Esse ajuste complementar já foi feito pelo
Ministério da Educação e assinado pelo Ministro de Relações Exteriores. O
próximo passo será esse acordo ser aprovado em três Comissões do Congresso
Nacional: a Comissão de Relações Exteriores, a Comissão de Educação e Cultura e
a Comissão de Justiça e Cidadania. É por isso que nós pedimos o apoio desta
Casa na elaboração de uma Moção para que seja aprovado rapidamente esse acordo,
para sanar esse problema e evitar que todas essas ilegalidades sejam cometidas,
impedindo esses médicos de trabalhar para a população que tanto necessita.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Convidamos
a Srª Alessandra Michelle Maciel Dias a fazer parte da Mesa.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento e
para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, fiz questão de subir a esta tribuna em Liderança,
mas depois terei que me afastar por um problema de saúde, mas fiz um esforço
físico para estar aqui pelo grau de importância deste tema. Além de ser
Vereadora, também faço parte da José Martí, com muito orgulho, até por uma
identificação ideológica e também por estar junto nessa luta, que considero
muito importante.
Nós
tivemos várias iniciativas, inclusive esta comissão foi recebida nesta Casa
pela Presidenta Maria Celeste, quando tiramos o encaminhamento do Ver. Adeli
Sell, o que possibilitou a presença da Associação neste momento. Amanhã nós
teremos a Reunião na CECE, e já convidamos a Comissão de Saúde e a Comissão de
Educação para se fazerem presentes, assim como a UFRGS, o CRM, o Conselho
Médico Nacional, também os amigos, a Associação dos Médicos e todos os
Vereadores que puderem estar nesse momento tão importante.
Senhoras
e senhores, quarenta e quatro estudantes, filhos desta Pátria, foram a um país
reconhecido internacionalmente pela sua qualidade, pela sua excelência na área
da Medicina, em especial, eles lá estudaram e agora estão pedindo à sua Pátria
a possibilidade de exercerem o direito sagrado de continuar estudando. Nós
assistimos há poucos dias, depois de sair da reunião da Presidência, na qual
também estava a Verª Sofia Cavedon, a negativa do Hospital Conceição em poder
protocolar a continuidade dos estudos, mesmo depois de fazerem as provas na
Amrigs, serem aprovados e cumprirem legalmente todas as exigências. Há um
tratado hoje entre o Brasil e o Caribe no sentido de eles poderem exercer a
continuidade dos estudos. Não é a questão de já serem médicos, mas a questão da
continuidade dos estudos.
Vejam,
senhoras e senhores, a Escola Latino-Americana de Medicina, antes Cubana, por
uma exigência, por uma necessidade, ampliou-se, até a pedido da ONU, para que
pudesse ser colocada em prática exatamente pelo grau de problema que nós temos.
Esses estudantes formados em Cuba hoje estão na Espanha, no México, na França,
em várias partes do mundo. Então, qual é o problema com o nosso Estado? Nós
temos uma rica experiência em Fortaleza. Aliás, por aprovação da Mesa e também
da nossa Presidência, nós estaremos, juntamente com a Comissão de Saúde e o
Executivo Municipal de Porto Alegre, fazendo uma visita para conhecer essa
experiência feita em Fortaleza, a fim de que possamos trazê-la para cá, para
que possa ser mais uma forma de luta frente a esse ato tão sem justificativa.
Essa
corporação, neste momento, nos fere enquanto brasileiros, enquanto pessoas que
lutam pelos direitos humanos, num País onde a malária, a febre amarela, a
dengue, a carência dos médicos de família é tão presente! Como é que nós vamos
negar estudo aos nossos filhos, que estão formados legalmente dentro da
Medicina e colocados exatamente dentro das exigências das nossas universidades?
Pode ser negado o exercício de continuarem estudando? Qual é a explicação
lógica que pode ter o CRM em relação a isso, a não ser um corporativismo, um
chauvinismo gaúcho, que não pode mais existir? Nossos filhos, da nossa Pátria,
formados em Cuba são reconhecidos na área da Medicina em qualquer parte do
planeta. Que venha o CRM usar este espaço democrático para tentar nos
convencer!
Só
para vocês terem uma idéia, nós fomos quase tirados à força de dentro de um
setor do Hospital Nossa Senhora da Conceição, e aqui está a Verª Sofia Cavedon,
se não fosse a ingerência do nosso sempre Ver. João Motta, que aceitou a
documentação no tempo hábil.
Então, senhoras e senhores, quero aqui colocar um
repúdio e uma profunda tristeza, porque não pode se tornar uma questão
ideológica a questão da saúde. Não
pode negar aos filhos da nossa Pátria que a Medicina tem um olhar universal, de
estar buscando em primeiro lugar salvar vidas, ter um trabalho preventivo. Ou
será que a Medicina que apenas encaminha para uma farmácia vai continuar
vencendo neste País? Eu quero terminar desta forma, meu Presidente em exercício,
com a sua tolerância, dizendo que eu iria encaminhar uma moção, mas,
compreendendo que toda a Casa com certeza vai assinar, vamos esperar a Reunião
de amanhã na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude e, após a
quarta-feira, vamos protocolar nesta Casa essa comissão em apoio, para que
possamos, com sensibilidade - porque aqui há sensibilidade de todos -, fazer
disso uma batalha não desta Vereadora, não de uma Bancada, mas de todos
aqueles que têm um espírito na construção da paz. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver.
Nedel, Presidente; saúdo Vossa Excelência e, na sua pessoa, os demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa; Srª Alessandra Michelle Maciel Dias, da
Associação Cultural José Martí, que hoje trouxe a esta tribuna o assunto
“Atitude das universidades, entidades de classe em relação aos médicos formados
em Cuba”. Gostaria de saudar, inicialmente, não só a Alexandra, mas também a
Associação Cultural José Martí, que tem sido responsável por uma ligação
intensa com Cuba não só na área médica, mas também numa área em que se destaca,
principalmente este ano em que nós temos os jogos Pan-Americanos, que é a área
do esporte. O povo cubano tem conquistado muitas medalhas ao longo da sua
trajetória, e a Associação José Martí tem indicado estudantes para o curso de
Educação Física em Cuba.
Falo
aqui em nome da Bancada do meu Partido, o PDT, composta pelos Vereadores Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Mario Fraga, Ervino Besson e Márcio Bins Ely. O nosso
Partido tem indicado jovens bolsistas para estudar em Cuba, nós temos tido uma
participação importante nesse processo. Na semana passada, tive a oportunidade,
em conjunto com a Alessandra, o Ver. Todeschini e mais um grupo de
representantes dos estudantes de Medicina em Cuba, de reunir-me com o Deputado Vieira da
Cunha no seu escritório aqui em Porto Alegre. O Deputado Vieira, que assumiu a
presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, relatava-nos que,
para esse processo, já havia sido designado um relator, e que, na medida do
possível, ele estaria dando andamento ao processo com a maior celeridade
possível, para que ele pudesse ser apreciado pela Câmara. O Projeto visa
justamente a fazer com que os médicos formados em Cuba possam vir a exercer a
sua profissão aqui no Brasil.
Cumprimentos também pelo texto que nos é alcançado.
Ele está bem ilustrado e conta alguns episódios e algumas dificuldades que os
jovens estudantes de Medicina e aqueles que já concluíram o curso têm
enfrentado aqui nas universidades, nos espaços onde vêm buscando oportunidades
para exercer a sua profissão. Fazemos o registro da nossa solidariedade e do nosso
empenho no sentido de regularizar essa situação. Cumprimentos ao trabalho,
Alessandra!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Parabéns pelo
seu esforço de vir até esta Casa e trazer um assunto que se debate em nível
nacional, e, desde que haja revalidação, indiscutivelmente nós o apoiaremos.
Mas a revalidação é fundamental, e ela é exigida em todos os países quando um
médico quer sair do Brasil. E a disseminação da idéia de que Cuba tem uma
Medicina maravilhosa não é verdade! Cuba é um país que tem uma excelente
Medicina preventiva em muitos pontos, mas, da tecnologia de ponta e em
dificuldades maiores, especialmente numa Medicina mais ousada, mais avançada,
realmente, há uma queixa muito grande dos médicos cubanos em todos os
congressos de que participam.
Nós temos o prazer muitas vezes de ver Cuba nas
Olimpíadas mostrar toda a sua pujança e competência, progredindo no esporte,
mas quando, sob todos os pontos de vista e sob todos os tipos de depoimento,
nós vemos as condições sanitárias de Cuba, quando o centro turístico de atração
de Cuba tem esgoto a céu aberto, nós começamos a duvidar do sanitarismo cubano.
E especialmente a faculdade cubana não emprega métodos ocidentais, não aceita,
por um processo ideológico, e também por processos ideológicos essa cidade foi
sede inclusive de mudança de um processo de enfermeirização da Medicina, hoje o
Congresso Nacional resolveu dessa forma.
Por isso tenha toda a nossa acolhida e
solidariedade, desde que haja o cumprimento da lei brasileira, este é um País
que tem soberania, autonomia e tem o direito inclusive de fazer as suas leis, e
dentro dessas está exigida a revalidação do diploma, inclusive com o
cumprimento de cadeira e currículos que não foram cumpridos em Cuba. Afora
isso, a sua simpatia e a sua presença aqui merecem de nossa parte o maior
respeito, e, principalmente, contem conosco quando houver essa revalidação,
somos colegas.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Gostaria de,
em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores - especialmente do nosso Líder,
Ver. Adeli Sell, que presidiu a CECE num dos momentos de acolhida e debate
ainda, quando o Petry se fazia presente entre nós e aguerridamente lutava por
vocês, estudantes -, dizer que essa é uma das injustiças que nós não podemos
aceitar, Ver. Sebenelo. E refiro-me especialmente ao Ver. Sebenelo, porque a
revalidação está sendo buscada por esses nossos jovens brasileiros, que já
foram seis anos para o Exterior, enfrentando dificuldades, enfrentando
pouquíssimos recursos, estudaram muito e aí só querem prestar as provas e fazer
a revalidação.
Nós estamos acompanhando vários momentos desse
processo, e um deles nos deixou injuriados, a mim especialmente: eles se
inscreveram na UFRGS, e simplesmente é negada a eles a possibilidade de fazer a
prova, olha-se o currículo e diz-se: “Não!” Qual é o papel de uma universidade,
de um país em relação a seus jovens? É oferecer, se falta uma disciplina ou
outra para adequar às questões do Brasil, essas disciplinas, esse é o nosso
compromisso, esse é o nosso papel, se de fato temos compromisso com essa
juventude.
Ora, as barreiras que estão sendo colocadas são
para a revalidação, não são para o exercício. Nós queremos é o espaço e a
possibilidade de direito da revalidação, e o Conselho Federal de Medicina diz que a residência é uma
pós-graduação. Aqui, o Conselho Regional não aceita nem a afirmação do Conselho
Federal de Medicina, todas as barreiras são coladas a esses jovens, o que nos
faz inferir que é uma questão de disputa ideológica, de preconceito com o jovem
trabalhador, com o jovem pobre, porque, sim, Cuba tem excelência - e aí, Ver.
Sebenelo, eu digo que é uma Medicina de excelência, porque em Cuba a
expectativa de vida é muita acima da nossa média e da média dos países do
mundo, a mortalidade infantil é muito menor.
Eu
venho de uma viagem a Cuba, onde a gente pôde ver que a Medicina de família, a
Medicina preventiva é o caminho da saúde, e nós sabemos disso. A educação - e
nisso foram muito bem - formam pessoas que estão mandando para o mundo inteiro,
contribuindo. E os nossos movimentos sociais estão enviando os seus jovens
pobres, jovens trabalhadores, buscando essa formação, essa qualificação que não
há igual aqui, pela experiência que Cuba tem. E nós precisamos aprender com
eles, assim como aprendemos com outros países. Então essa é uma luta pelo
direito de fazer o processo de revalidação.
É
importante frisar que esses alunos passaram na prova da Amrigs, mas estão
proibidos, impedidos de fazer residência no GHC, o Grupo Hospitalar Conceição,
por essas barreiras que são de preconceito ideológico. Então nós precisamos
preservar os nossos estudantes e fazer o debate político em outras esferas. Boa
luta para a Associação Cultural José Martí, para a nova Associação dos Médicos
e Amigos de Cuba, que são guerreiros e estão à frente dessa luta, e para vocês
jovens médicos e médicas, que nós queremos ver atuando e ajudando este Brasil!
Obrigada, Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, minha cara Drª Alessandra Dias, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu sempre
digo que o Legislador, mais do que fazer leis, deve fazer cumprir as leis. Nós
estamos em um País livre que tem leis, e essas leis precisam ser cumpridas. Nós
não podemos estabelecer diferenças para alguém que fez um curso em Cuba ou que
fez na Alemanha, tem de revalidar o diploma aqui, não há outro jeito. (Palmas.)
Agora
eu quero só dizer que a Medicina brasileira não deve nada para ninguém; não
deve nada para ninguém a Medicina brasileira! E eu sou testemunha, até porque
percorri médicos da Inglaterra, dos Estados Unidos e de todo o Brasil, por
problemas próprios. Então, não ficamos devendo nada aqui, em Porto Alegre, para
ninguém. Nós temos os melhores médicos em todas as especialidades. Agora, é
preciso fazer a revalidação do diploma, e, conforme a própria Dra. Alessandra
diz, em setembro de 2006 foi assinada uma proposta de ajuste complementar ao acordo
bilateral já existente com Cuba para revalidação dos diplomas de Medicina. Esse
acordo terá de ser aprovado por três Comissões do Congresso Nacional - Comissão
de Educação e Cultura, Comissão de Justiça e Cidadania e Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional.
Portanto,
eu espero que seja possível e viável a revalidação e que esses profissionais
sejam excelentes médicos. Agora, só quero deixar claro que a Medicina
brasileira não deve nada para ninguém. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Sr. Presidente, eu não queria deixar passar a oportunidade de mais uma vez
nesta Casa poder receber a Associação Cultural José Martí, principalmente neste
dia em que ela traz um dos temas mais importantes que a Associação tem tratado,
que é exatamente sobre as políticas na área de Saúde, trabalhando a temática
dos formandos em Saúde de Cuba. Esses formandos hoje procuram consolidar a
revalidação dos seus diplomas em nosso País, tentam entrar no mercado de
trabalho em nossa Cidade, em nosso Estado, em nosso País.
Eu
acho que é muito importante para nós que estamos em Porto Alegre afastarmos
desse debate as questões político-ideológicas, até porque sei claramente que
essa não é a orientação dos encaminhamentos que vocês têm dado. Eu acho que o
que se trata aqui é de uma questão de justiça e de necessidade social.
O
nosso País tem formado inúmeros médicos, inúmeras médicas, e, apesar de todos
os crescimentos realizados na área acadêmica e tecnológica brasileira, nós
infelizmente ainda não conseguimos resolver um problema fundamental na área de
Saúde que é exatamente a priorização da área de Saúde Pública. Aqui no nosso
Município, apesar de todos os nossos esforços, nós avançamos muito na
construção de novas equipes de Saúde da Família, mas temos nos deparado
concretamente com a carência de profissionais capacitados, especializados para
a aplicação das políticas públicas na área de Saúde de Família. Há uma demanda
enorme em nosso Município, e, quando falamos da necessidade de profissionais
para trabalhar na área de Saúde de Família, estamos falando exatamente do
atendimento à população que mais precisa. Portanto a nossa responsabilidade, o
nosso compromisso é no sentido de buscarmos todos os esforços no sentido de
garantir a ampliação das equipes de Saúde de Família no nosso Município. Eu
acho que nós, como Vereadores, temos de nos sentir co-responsáveis com relação
a esse problema no nosso Município.
Portanto,
a posição da minha Bancada, a minha posição, a posição do Ver. Professor Garcia
é no sentido de que nós devemos contribuir para que essas questões meramente
burocrático-administrativas sejam resolvidas. Que nós possamos fazer com que o
nosso Município se beneficie do conhecimento, da tecnologia, da experiência, do
esforço de seis anos de trabalho que esses jovens brasileiros realizaram fora
do nosso País! Que vocês sejam bem-vindos e que possam trazer os frutos dessa
experiência para o melhor atendimento da população, que é quem mais precisa
desse trabalho no nosso Município! (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Nós
agradecemos a presença da Srª Alessandra Michelle Maciel Dias.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h47min.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às 14h50min): Estão reabertos os trabalhos.
Dando
continuidade à nossa Sessão de hoje, queremos lembrar que nesta semana se
iniciam as comemorações do Dia Internacional da Mulher.
A
nossa Presidente, Verª Maria Celeste, está com a palavra em Tempo de
Presidente, para se pronunciar a respeito da programação que envolve essas
comemorações.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente dos trabalhos na tarde de hoje, Ver. Aldacir Oliboni; não usarei os
dez minutos, porque a idéia é de fazer apenas uma rápida abertura para informar
todo o Plenário sobre a programação que foi construída por uma comissão formada
pela Bancada feminina deste Parlamento, comissão que teve a participação das
Vereadoras Sofia Cavedon, Margarete Moraes, Clênia Maranhão, Maristela Maffei,
Maria Luiza, Neuza Canabarro e Maristela Meneghetti. Todas nós nos reunimos
durante esse período e pudemos, então, construir uma agenda de programação para
essa data.
Mas para que essa agenda de programação na Câmara
Municipal de Porto Alegre? Simplesmente para lembrarmos aquelas 129 mulheres
mortas em um 8 de março - operárias de uma fábrica que reivindicavam a redução
da jornada de trabalho -, também para homenagear as mulheres e lembrar ou
trazer outras lutas neste nosso cotidiano. Nós queremos aqui demarcar esse
espaço, porque as mulheres, historicamente, enfrentaram as suas questões. De
iniciativas pioneiras, isoladas à organização do movimento social, enfrentaram
o autoritarismo da ditadura, construindo novos espaços. Elas se insurgiram
contra o autoritarismo patriarcal nas instituições, como a família, a escola, o
trabalho, o Estado. Preservaram sua autonomia ideológica e capacidade de
organização e realizaram interlocuções com várias instâncias. E mais do que
isso: criaram novos espaços de atuação, instauraram novas práticas e
iniciativas, diversificando a identidade feminista.
Como
a história das mulheres nos mostra, para cada luta, para cada conquista, surgem
novas demandas que exigem novos enfrentamentos. Certamente o movimento social
saberá analisar as questões. E é nossa preocupação também, nessa comissão,
trazer para a agenda desta Casa a questão da violência contra a mulher, a
questão dos direitos reprodutivos, a saúde da mulher, a igualdade de gênero, o
emprego, a renda, a feminização da pobreza, a questão do meio ambiente. Todos
esses são temas tão atuais, tão presentes, que observamos, lamentavelmente, que
a violência contra a mulher continua cada vez mais forte na nossa sociedade.
Hoje,
quando eu me dirigi para o Plenário, um Assessor me encaminhou um recorte de
jornal - um Assessor da Câmara Municipal - que registrava, lamentavelmente, a
história de mais uma mulher morta, mais uma mulher morta por alguém das suas
relações, e dessa vez se trata de um crime hediondo em que ela foi queimada
dentro da sua própria casa. É disso que trata essa programação que nós
construímos juntas, as Vereadoras desta Casa, ela vem para trazer essa reflexão
sobre a temática de gênero. Porque, apesar de nós vivermos novos tempos, com o
avanço científico e tecnológico, ainda persistem velhas práticas na sociedade
contemporânea no que tange ao desrespeito aos direitos humanos. Diante desse
desrespeito, o desrespeito aos direitos humanos, nós não podemos silenciar e
não podemos calar.
Por
isso, todos os senhores e senhoras recebam essa programação, que inicia no dia
de hoje, Ver. Dib. Durante quinze dias, nesta Casa, serão tratados temas e
ações a esse respeito, com filmes, com a utilização do nosso teatro, saraus de
poesias, exposições. E, para iniciar o trabalho desta quinzena, assistiremos,
rapidamente, a um vídeo que traz os 70 anos, em 2002, do voto feminino no nosso
Brasil, Ver. Haroldo.
Convido todos os senhores
e senhoras para participarem dessas atividades, a programação é de iniciativa
da Bancada feminina desta Casa, mas extensiva a todos os homens que lutam pelos
direitos das mulheres no nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Agradecemos à Vereadora-Presidenta pelo
pronunciamento, que sela o início da programação cultural pela passagem do Dia
Internacional da Mulher. Agora, acompanharemos a apresentação do vídeo.
(Faz-se
a apresentação do vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Senhoras e
senhores, se todos observarem o fôlder em que está a programação, esta foi uma
das atividades programadas para hoje na abertura da Semana Internacional da
Mulher: na Sessão Ordinária, com a apresentação do vídeo “70 anos do voto
feminino”, apresentado pela nossa Presidente, Verª Maria Celeste, um trabalho
do Memorial aqui da Casa.
Passamos ao
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
(A Verª Maria Celeste assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, quero saudá-la no início das comemorações da Semana Internacional
da Mulher. Essa comemoração deveria ser feita todos os dias.
Hoje, um dos clubes mais queridos da Cidade completa
92 anos. Quero saudar a sua Presidente, Hilda Maria Fifa Machado, que está
presente no nosso plenário e que me deu cópia de um discurso que quero que seja
inserido nos anais da Casa. O discurso foi feito pela Srª Maria de Lourdes
Kaufmann quando o Clube Gondoleiros completou 90 anos (Lê.): “Imigrantes
italianos, grande parte vindo de Veneza e do Sul da Itália, entenderam fundar
uma sociedade sedimentada na cultura de suas origens, cujo tripé de sustentação
era a arte, a sociabilidade e o carnaval. Já havia no 4º Distrito, naquela
época, a Sociedade de Canto e Música, formada por um grupo de famílias alemãs
que haviam vindo morar em chácaras ao longo da hoje chamada Av. Cairu, assim
como a Sociedade de Canto Humberto Primo, fundada por um dos grupos de italianos.
Lá pelos idos de 1915, um grupo de moradores desse
bairro foi em busca de pessoas que se engajassem na criação de um clube onde pudessem
congregar toda a cultura que haviam trazido de suas terras natais. Desta forma,
aos 05 de março daquele ano, nasceu a nossa Sociedade Gondoleiros. Sabe-se que
inicialmente se chamou Sociedade Carnavalesca Gondoleiros provavelmente pelo
fato de seus fundadores quererem homenagear ‘os gondoleiros’, barqueiros que
levavam as gôndolas em Veneza sempre a cantarem e a transmitirem alegria
contagiante. Além disso, estavam assentados próximos ao Guaíba, o que, com
certeza, lembrava a terra natal dos venezianos.
Este
Clube cresceu embasado na cultura européia. Daí que, na época, foram criados
grupos culturais, tais como uma orquestra chamada Clube Musical Gondoleiros e
um grupo de teatro. Ainda inspirado nos reinados de majestades europeus
iniciaram os bailes com apresentação e desfile das rainhas e princesas de
épocas, tipo primavera e carnaval. A tradição do carnaval de Veneza, quando
cantores, tocadores e mascarados percorriam as alamedas da cidade, foi então
traduzida com a formação de cordões da sociedade, blocos de rua e palanques.
Hoje,
assistindo em nossas mentes ao filme desses 90 anos de existência, com alegria,
constatamos que os dirigentes que foram assumindo as rédeas dessa casa não
deixaram para trás os ideais de seus fundadores. Com muita habilidade e
responsabilidade deram continuidade aos objetivos da criação. E mais: fizeram o
nosso Clube se destacar em diversas áreas, tais como o carnaval, com a
conquista de relevantes premiações; os esportes, com o merecimento de títulos
memoráveis através da prática do bolão, da bocha e do futsal; o judô, que tem
se encarregado de trazer, atualmente, belas conquistas; a caminhada das
mulheres por seus direitos, através dos Jantares das Luluzinhas, cujo
pioneirismo aconteceu já na década de 70 com um número reduzido de mulheres
associadas, num sábado ao meio-dia, era demais para a época ser à noite; a
cidadania, cumprindo seu papel social ao auxiliar as comunidades mais carentes
dos bairros Navegantes, São João, Floresta, Humaitá e Vila Farrapos; a arte de
receber bem, o que tornou conhecida como a mais afetiva das sociedades no meio
social de Porto Alegre.
Não
podemos deixar de apreciar com orgulho as atualizações que foram acontecendo
sempre com a meta de proporcionar aos associados lazer e satisfação. Entre elas
está a mudança da sede social para a Rua Santos Dumont, à medida que as
necessidades de modernizar-se reivindicavam piscinas, área externa, salão
maior; a compra da sede campestre. E a motivação para tudo isso é só uma: VOCÊ,
associado, que vem, através desses noventa anos, inspirando cada Diretoria de
abnegados amantes do nosso Clube a cada vez fazer mais.”
Como
eu disse, o Clube é presidido por Hilda Maria Fifa Machado, e esse discurso foi
pronunciado por uma dama do Gondoleiros, a Srª Maria de Lourdes Kaufmann.
Hoje
o Gondoleiros possui, na sua sede social, ambiente climatizado, restaurante,
baile todos os domingos com música ao vivo; na área esportiva, quadra esportiva
com grama sintética para a prática de futebol e vôlei, piscina externa adulto e
infantil, piscina térmica com hidroginástica e natação, academia com
musculação, ginástica, condicionamento físico, fisioterapia e judô; na sede
campestre, em magníficos nove hectares, há lago artificial, galpão crioulo, camping, cabanas, piscinas, restaurante,
churrasqueiras com mesas, playground, campo de futebol e cancha de
bocha.
Nesta
semana de homenagem às mulheres, homenageio a Presidente do Gondoleiros, Srª
Hilda Maria Fifa Machado, e a Srª Maria de Lourdes Kaufmann, que fez
este belíssimo pronunciamento aos 90 anos da Sociedade Gondoleiros, que é uma
sociedade que enquadra todo o 4º Distrito, com muita participação, política
inclusive, na história da nossa Cidade. Saúde e PAZ! E continuado sucesso para
aqueles que hoje dirigem o Gondoleiros. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. João Antonio Dib.
Registramos,
com muita satisfação e alegria, a presença da ex-Deputada Federal Luci
Choinacki, que tem uma grande luta na defesa das mulheres, na questão de
gênero, sobretudo das trabalhadoras rurais. Nesse sentido, esta Casa, no início
deste ano legislativo, encaminhou ao Congresso uma Moção de apoio à luta da
aposentadoria da dona-de-casa. Então, para nós, é uma grande honra recebermos
aqui V. Exª, Deputada Luci.
Solicito
ao Ver. Aldacir Oliboni que assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Aldacir Oliboni reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Dando
continuidade aos trabalhos, a pregoamos o pedido de Licença para Tratamento de
Saúde da Verª Maristela Maffei, que já usou a Liderança, portanto não haverá
substituição.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, hoje
pela manhã ainda, nós discutíamos possíveis reformas no Regimento, e eu disse
que fui um lutador para a criação deste Grande Expediente com o fito de
promovermos o debate político na Casa. É bem verdade que ele tem se destinado
mais para homenagem do que para o debate, mas a finalidade dele é essa.
Eu quero hoje conversar um pouco sobre a Reforma Política
no País. Eu sou muito cético em relação a essa Reforma - muito cético -, mas
até me entusiasmei quando o Presidente Arlindo Chinaglia disse: ”Olha, eu vou
botar em discussão”. Há muitas Reformas em curso neste País, necessárias e
urgentes, mas eu diria, Presidente Oliboni, que qualquer coisa que vier é
melhor daquilo que está aí. O nosso sistema, Ver. Elói, é um sistema arcaico, e
eu vou começar por este presidencialismo “moreno”. Eu não posso dar a um
Presidente da República mais de 60% dos votos e dar a este mesmo Presidente
apenas 16% das cadeiras no Congresso Nacional. Isso significa que ele tem que
sair com uma cesta na mão, através dos seus agentes, arrumando os apoiadores
para aprovar qualquer requerimento. E aí, deu no que deu, agora burila um pouco
melhor, mas não vai ser muito diferente, porque o processo brasileiro é
meramente fisiologista.
Então, se nós queremos enfrentar uma Reforma
Política de verdade, precisamos primeiro enfrentar essa questão maior, o que,
na minha avaliação, não resolveria todos os problemas, porque não há um sistema
perfeito, mas precisamos enfrentar a questão do parlamentarismo. E acho que é
um regime, um sistema político eleitoral pelo qual você resolve crises com
muito mais facilidade.
Segundo, Ver. Danéris, Ver. João Dib, que me dão atenção, essa questão do
financiamento de campanha é uma das coisas mais medíocres, porque nós,
Parlamentares, temos financiamento de campanha, sim! Porque um Deputado Federal
custa ao Brasil 108 mil reais por mês - e a democracia tem preço -, e os que
são meio amigos do poder têm cinco milhões de emendas, os que são chegados ao
poder têm sete milhões de emendas. E ele tem a passagem, ele chega ao
aeroporto, ele pega o carro, ele vai para Santa Rosa, vai para Uruguaiana, o
hotel está pago, o motorista está pago, o escritório está pago, e ele passa
quatro anos fazendo campanha! E aí nós vamos querer renovar o Congresso
Nacional desse jeito? Então, ou você dá financiamento público para quem é
Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal... Porque quem tem mandato, tem
financiamento público. Isso não é honesto! Isso é esdrúxulo!
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns pelo tema abordado.
Eu queria lhe fazer um alerta em relação ao que houve na última eleição e que é
importante na Reforma Política, que é a igualdade de condições dos candidatos.
Um é obrigado a se desincompatibilizar e abandonar a área do Governo, e o
outro, que vai se reeleger, fica no Governo sem obrigação nenhuma de desincompatibilização.
Não que não pudesse, evidentemente, ser reeleito, mas o instituto da
desincompatibilização é fundamental para a igualdade de condições de
concorrência. Um está com a mão na massa, e o outro não tem financiamento de
campanha eleitoral.
Realmente,
essa visão de V. Exª é corretíssima. Acho que a questão do financiamento de
campanha é decisiva e precisa ser moralizada, como nós vimos na eleição
passada. Muito obrigado pela sua bondade. E especialmente estou me referindo à
reeleição de Presidente da República.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Obrigado
pela colaboração.
Então,
eu enfrento o tema, acho que a reeleição, no Brasil, não está dando certo. Uma
Reforma com profundidade tem que avaliar a possibilidade de aumentar os
mandatos dos Prefeitos, dos Governadores, do Presidente da República em um ano,
isso para termos cinco anos de mandato e não haver reeleição. Por que razão?
Porque o governante assume, no primeiro dia, ao compor o seu Governo, no seu
primeiro mandato, antes de pensar na Pátria, no Estado e no Município, ele
pensa na sua reeleição! E isso é muito ruim para o exercício administrativo.
Então,
em termos de América Latina, eu acho que não está dando certo essa questão da
reeleição, acho que falta maturidade. Nós tivemos o exemplo do Fernando Henrique,
que comprou a Emenda da reeleição. Ou alguém tem dúvida disso? Eu não tenho
dúvida disso, não, de que a Emenda da reeleição foi comprada, porque ele foi
eleito sob a égide de não-reeleição, comprou o mandato para a reeleição e se
reelegeu! E o Presidente Lula utilizou-se do instituto que já havia. E os dois
exemplos, para mim, não são dois bons exemplos.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião, obrigado pelo
aparte. Quero dizer que este Vereador quer se posicionar contra a reeleição.
Sempre fui contra a reeleição, acho que a continuidade de um projeto não
precisa ter a mesma pessoa na seqüência, até os nossos dezesseis anos em Porto
Alegre são uma demonstração, o Prefeito Tarso Genro voltou depois, portanto não
é preciso a mesma pessoa. E o último ano de um mandato daquele que é candidato
à reeleição será sempre tenso, porque, mesmo que ele não esteja fazendo
campanha, esteja apenas administrando, não tem como a oposição não achar que
ele está fazendo um trabalho eleitoral, e, ao mesmo tempo, ele não vai parar,
enfim. Então, é um ano tenso sempre.
E,
por último, acho que nós temos que encaminhar uma forma de fazer coincidir
todos os mandatos - de Vereador, de Prefeito e tal -, para que, de quatro em
quatro anos, tenhamos uma eleição geral, e não eleição a cada dois anos. Isso é
um desgaste muito grande para todos. Obrigado, de novo, pelo aparte.
O
SR. SEBASTIÃO MELO:
Muito obrigado pela contribuição. Ver. Guilherme, eu tenho as minhas dúvidas.
Quanto à reeleição, temos acordo; a coincidência dos mandatos, eu acho que, no
mínimo, tinha que haver o alinhamento dos Prefeitos, dos Vereadores e dos
Governadores, no mínimo. Porque um Prefeito se elege lá em Uruguaiana, quando
ele começa a fazer uma tratativa com o Governo do Estado, termina o mandato
deste Governo. Eu tenho medo das eleições gerais, porque, daqui a um pouco,
aparece um “salvador da Pátria”, e esse “salvador da Pátria” consegue levar
consigo, pelo Brasil inteiro, Prefeitos que jamais chegariam ao Poder por si
próprios. Então, talvez não seja bom o alinhamento geral.
Mas
quero falar um pouquinho da questão da fidelidade partidária. Não há democracia
também, meus colegas Vereadores, com esse troca-troca. Aqui no Rio Grande do
Sul tem um Programa do Governo do Estado que já vem há vários anos, que é o
Programa Troca-Troca da Secretaria da Agricultura, que pode ser muito bem
utilizado lá em cima, porque hoje o sujeito troca de Partido como troca de
camisa, isso não dá para ser assim. Eu acho que, se até um casamento acaba, uma
relação partidária pode acabar. Agora, no mínimo, ou eu perco o mandato para
trás ou me torno inelegível para frente, pelo próximo mandato. “Quer trocar de
Partido? Está bem, o senhor vai perder o mandato que o Partido lhe deu, e vai
assumir o suplente.” Ou eu vou me tornar inelegível para o próximo mandato. E
também acho que temos de discutir, porque o que acontece hoje? O sujeito
escolhe o Partido, escolhe a região, escolhe o financiador de campanha e depois
bate no peito: “O mandato é meu! Eu me elegi do jeito que eu queria, da maneira
que eu queria, portanto o mandato é meu!” Dessa forma, isso não tem como se
sustentar numa democracia.
Com
relação ao voto distrital, quero dizer para vocês que sou favorável ao voto
distrital misto. Talvez a gente possa chegar, depois, no puro, mas o misto já
estaria bom. O eleitor podia votar numa lista e votar num candidato na sua
localidade. Acho que é uma forma de aproximar o político do eleitor, o eleitor
do político, porque hoje, no Brasil, no Rio Grande, o que nós temos é aquilo
que eu chamo de mandato quero-quero: o sujeito anda pelo Estado todo, paga
carreteiro, arroz com lingüiça em todos os lugares, tem cabos eleitorais à
vontade, arruma quinze votos lá, mais vinte votos lá, trinta votos acolá -
dependendo da potencialidade do cabo eleitoral -, e, afinal de contas, qual é a
região que ele representa mesmo? E, se der tudo errado, ele vai para outra
região na próxima eleição!
Então,
finalizo Presidente e colegas Vereadores: o sistema que vier será melhor do que
o que está aí, porque o que está aí não dá mais. Nós fomos às ruas para lutar
por democracia, nós fizemos passeatas, nós fomos às esquinas democráticas, nós
lutamos, e o povo, junto conosco, deu as mãos. Só que a democracia, como está
hoje, pode ter qualquer outro nome, qualquer outro que queiram dar, menos
democracia, porque o povo não chega ao poder “nem que a vaca tussa”, porque é
um sistema engessado no poder econômico, midiático e até em fenômenos que não
são econômicos nem midiáticos, mas que a gente sabe que são pessoas folclóricas
que utilizam desse folclorismo para poder chegar aos mandatos. E os Partidos
políticos são como máquinas caça-níquel: se o sujeito tem potencialidade de
voto, não interessa se ele tem ideologia ou não, vão lá e pegam, botam. Então
esse sistema está absolutamente equivocado.
Utilizei
este espaço de Grande Expediente porque é um espaço importante para o debate
político, e esta Casa tem uma tradição de luta, de ter posições políticas.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Aldacir Oliboni, presidindo os trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o tema pautado
aqui pelo Ver. Sebastião Melo é instigante, e é um debate que deveríamos fazer
com mais profundidade. Mas acho que Porto Alegre apontou caminhos! A democracia
participativa avança na possibilidade de a soberania popular se exercer a
pleno.
Eu
quero reservar este Grande Expediente para um tema que este ano nosso mandato
escolheu, assim como as educadoras populares escolheram, que é o tema que marca
a Semana da Mulher e a sua luta. Não é o tema geral do 08 de março, mas será o
nosso enfoque a luta pela reabertura do curso de Pedagogia da UERGS em Porto
Alegre, Ver. Dib. Parece uma coisa muito singela, mas quero trazer esse tema
para cá porque nós já abrimos esse debate com a nova Secretária de Educação.
Nós
vamos estar emocionados na formatura da primeira turma de Pedagogia da UERGS
agora no dia 17 de março. Essa turma, infelizmente, é a primeira e, por
enquanto, a única. São 149 educadoras populares - eu falo educadoras, mas há
dois ou três homens -, mulheres da periferia da nossa Cidade que trabalham com
as nossas crianças e adolescentes - e adultos, no caso da Educação de Adultos
-, trabalham com creche comunitária, Ver. Dib, com o SASE, com o jovem ou então
na abordagem de rua. São educadoras que precisam de uma formação, que têm uma
militância, uma dedicação, anos de trabalho, mas não conseguem chegar à
universidade exatamente porque sempre tiveram que trabalhar, sempre foram
desprovidas, nas suas famílias, da condição de acesso ao conhecimento,
diferente daqueles que conseguem vencer a barreira de um vestibular na UFRGS,
por exemplo, ou que conseguem pagar uma universidade privada.
Ora,
Porto Alegre teve uma grande e bela caminhada de regulamentação da Educação
Infantil, de construção dos convênios lá no ano de 1993, quando as creches
começaram a sua caminhada junto ao Governo, numa parceria que reverteu na
melhoria dos espaços de atendimento das crianças de zero a seis anos na
periferia da Cidade, o que hoje representa mais de dez mil crianças, que até os
seis anos são atendidas por nossas comunidades. Isso com o apoio do Governo,
claro, mas com essas comunidades, que se organizaram em clubes de mães, em
associação de moradores e que têm educadoras; no início, algumas eram inclusive
analfabetas, a maioria sem o Ensino Fundamental. Nessa caminhada de
regularização, de reordenamento, de entrada da discussão com o Poder Público,
de organização do Fórum dos Direitos da Criança, elas foram buscar a sua
formação. E a grande vitória foi a construção de dois Cursos Normais: o
Magistério e o Normal, no Emílio Meyer e no Liberato Vieira da Cunha.
Por
isso, a nossa homenageada no Dia da Mulher, no dia 13, quando faremos a nossa
Sessão, será a Diretora do Emílio Meyer, porque foi lá que aconteceu o primeiro
Curso Normal conquistado por essas educadoras de creche da periferia da nossa
Cidade. Esse curso, depois, resultou no curso do Liberato, na Zona Norte, e
essas duas entradas para a educação formal levaram os educadores populares a
disputarem um curso da recém-criada UERGS no ano de 2002. A UERGS, a nossa universidade
estadual, Ver. Aldacir Oliboni, nasceu da luta do jovem e das comunidades do
Estado do Rio Grande do Sul, nasceu preocupada, exatamente, em olhar para o
Estado do Rio Grande do Sul e ver onde é preciso uma universidade que alcance
formação em prol do desenvolvimento, da educação e proteção no caso da
Pedagogia em Porto Alegre.
Nós
temos, neste momento, depois da construção daquele que curso... O ingresso não
foi, pela primeira vez, por vestibular, foi por uma seleção rigorosa através do
Conselho da Criança e do Adolescente, do Conselho Municipal de Educação, da
própria UERGS, da Associação dos Educadores - uma seleção muito disputada. E
esses educadores e essas educadoras - olha só o nível de evasão! - totalizavam
150 alunos, e agora temos 149 se formando. Nenhuma evasão, pelo empenho. Essas
mulheres trabalham o dia inteiro, cuidando de família, muitas são arrimo de
família. O curso tem aulas às sextas-feiras de noite e aos sábados. E essas
mulheres foram até o fim.
O
que é lamentável é que esse sonho foi podado no segundo ano, no ano de 2003,
quando assumiram o Governador Rigotto e o Reitor Boeira: essa política da
Pedagogia foi desconsiderada, foi considerada supérflua. Ontem, eu me
emocionava com uma mãe, numa ocupação na Av. Protásio Alves, que dizia: “Minhas
filhas estão numa creche comunitária; a Vanda, Coordenadora, está na
universidade, e como essas meninas estão se desenvolvendo!” O efeito, Verª
Margarete, da educadora lá da vila estar na universidade - as primeiras foram
para a UERGS, depois, através do ProUni, para a PUC, para o IPA - é imediato na
vida das crianças da periferia da nossa Cidade. Um espaço que deixa de ser só
de guardas, deixa de ser depósito, que tem uma proposta pedagógica, tem
desenvolvimento!
Então,
a política da formação em nível superior direcionada para quem já está
trabalhando há muito tempo é das mais acertadas, e eu tenho certeza de que a
Verª Clênia vai concordar comigo. Digo “a Verª Clênia”, porque na formação
agora, no dia 17 de março, um dos homenageados é o Prefeito da Cidade, o
Prefeito Fogaça. É claro, eu também serei homenageada, para meu orgulho; assim
como o Reitor na época, o Zé Clóvis; o Governador Olívio Dutra e o Prefeito.
Por que o Prefeito? Porque o curso de Pedagogia, que foi posto em extinção, é
um curso em parceria com a cidade de Porto Alegre, porque a Cidade está
buscando a formação dos seus educadores, das suas creches comunitárias, do
MOVA. E o Prefeito vai ser homenageado em função dessa simbologia.
Essa
é a luta desta semana que nós vamos levar. Eu já levei esse tema para a nova
Secretária de Educação, vamos levar para o novo Reitor da UERGS, e, tendo
mudado o Governo, a Governadora, sendo uma mulher, vai perceber que, se
concordar com a política de colocar em extinção essa conquista tão difícil e
que faz tanta diferença na vida dessas mulheres e na vida das crianças da
cidade de Porto Alegre, não poderá, de fato, dizer - nem a Secretária, nem a
Governadora - que tem compromisso com a luta das mulheres.
Eu
acho que não é para bonito que a gente marca o dia 08 de março, Ver. Haroldo de
Souza; a gente marca o 08 de março para, de fato, as políticas públicas serem
políticas que alcancem a vida das mulheres. E são as mulheres hoje, na sua
maioria, que garantem a educação, que garantem uma infância mais segura, ou um
pouquinho menos insegura, que garantem a nascente Educação Infantil. Na sua
maioria! Então, nós queremos fazer deste 08 de março um dia de luta pela
reabertura do curso de Pedagogia.
A
CECE, Comissão de Educação desta Casa, Ver. Haroldo, sabe; nós já levamos para
a CECE esse tema, a Comissão está agendando, a pedido das educadoras, uma
Audiência Pública pela reabertura do curso. Será no dia 27 de março aqui neste
plenário, e todas as alunas do Liberato Salzano e do Emílio Meyer estarão aqui,
porque elas são educadoras que estão no dia-a-dia - ganhando um salário de 400
reais -, são oito horas diárias, cuidando de crianças, e elas nunca vão poder,
Ver. Todeschini, pagar uma faculdade. E nós não queremos que o ensino superior
chegue às nossas crianças na periferia? Será que não é o melhor ensino superior
que a gente pode fazer?
Está
na mão da nossa Governadora, está na mão da nossa Secretária de Educação e do
futuro Reitor da UERGS uma nova turma de Pedagogia voltada para os educadores
populares desta Cidade. E aí, Verª Clênia, quero que o Prefeito, que vai ser
homenageado dia 17, seja parceiro desta luta; que tu sejas parceira; que a
Secretária Marilu seja parceira; porque o curso está colocado em extinção. A
primeira turma, de 2002, agora se forma. E isso é para as nossas educadoras,
para as educadoras que vocês têm a honra, hoje, de coordenar no
convênio-creche, no SASE, no trabalho educativo. Queremos a reabertura desse
curso. Tenho certeza de que a vitória será de todos, todos que estão lutando
pelo Fundeb, pela Educação Infantil, pelas mulheres. Essa luta tem que ser
assumida por mais pessoas. A cidade de Porto Alegre está muito melhor, porque
existem as creches, porque existe todo esse movimento de formação das
educadoras nesta Cidade. Nós não podemos admitir a perda desse importante
sonho. Que no dia da formatura a gente possa ter o anúncio de uma nova turma,
porque o curso existe. Ele está em extinção, lamentavelmente, talvez porque a
gente tem falado pouco do quanto ele é precioso para a vida das nossas crianças
e das nossas mulheres. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Passamos
às
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Oliboni, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras,
cidadãos, cidadãs, vejam como se fazem coisas erradas. Ontem pela manhã, a
Praça da Matriz, na frente da Catedral, do Palácio, do nosso Theatro São Pedro,
da Assembléia Legislativa, do Ministério Público, ou seja, um dos pontos mais
importantes da Cidade, estava completamente suja, com muito lixo. Como isso
aconteceu? Como isso acontece? Uma, porque não se faz a limpeza devida: a SMAM
abandonou aquela Praça há muito tempo. Mas há um outro problema muito grave - e
nós participamos de várias reuniões na Catedral, inclusive com o Ver. Nedel
presente - que é a questão da distribuição de alimentos nas ruas de Porto
Alegre.
Nós
estamos aqui clamando para que a FASC tome uma atitude, porque precisamos fazer
uma campanha pública, ir para a imprensa e dizer que é equivocado distribuir
alimentos na rua. Quem quer ajudar essas pessoas que não preste esse
desserviço! Vá à FASC, faça um levantamento das entidades devidamente
cadastradas no Conselho Municipal de Assistência Social da Criança e do
Adolescente ou venha até nós, porque nós sabemos quais são as instituições
corretas, justas, que prestam serviço nessa área. No dia em que são
distribuídos alimentos - quase todos os dias isso acontece na Praça da Matriz
-, o consumo de álcool e de drogas aumenta dramaticamente. Eu posso falar
porque, além de morar, eu circulo naquela região.
E
não é só ali que acontece isso, também acontece em outros pontos da Cidade. As
pessoas querem prestar um serviço social, mas estão prestando um grande
desserviço. É como dar esmolas nas esquinas da Cidade. Inclusive, se não
começarmos imediatamente a fazer o que outras cidades fizeram, nós teremos mais
graves problemas. Precisamos ter a atitude que teve a Prefeitura de Itajaí, Ver.
Haroldo de Souza, que fez uma campanha: “Não dê esmolas. Ajude as
instituições!” Nós temos vários abrigos da Prefeitura. Por que aconteceu a
questão dos Deputados albergueiros? Porque o Poder Público, o Estado está
ausente. Aí começa esse tipo de coisa.
É
por isso que nós precisamos discutir esses temas. E a Prefeitura tem virado as
costas para essa questão. Fechou as pontes do arroio Dilúvio, mas deveria ter
ido lá, Verª Sofia, conversar com as pessoas, discutir os seus problemas,
reinserir nas atividades produtivas, verificar se aquelas crianças estão no
colégio, buscar assistência social; a FASC e a SMS deveriam trabalhar
conjuntamente. Aliás, eu soube, mais uma vez, que deu uma pauleira entre
servidores a FASC e servidores da SMS, que nunca chegam a um acordo sobre a
questão de como tratar o sofrimento psíquico das pessoas, sobre a questão da
drogadização de rua. Nós temos teses avançadas, experiências avançadas nesse
setor, por que Porto Alegre teima em ficar nesse atraso? E os meios comunicação
pedem e fazem um desserviço. Assisti à TV ontem e gostei - mais uma vez - do
jornalista David Coimbra, que disse e reafirmou na TVCOM o que escreveu no
jornal. Infelizmente, um homem de esquerda como Tatata disse que não há
problema em dar esmola e dar comida na rua. Eu lastimo, mas isso está errado,
isso não ajuda.
Nós temos que fazer esse debate, dialogar com os
meios de comunicação. Eu quero fazer esse debate, porque esta Cidade não pode
continuar como está. E eu gostaria de ouvir a palavra do Governo Municipal
sobre o que a FASC está fazendo, porque quem dá o direito de essas instituições
ou pessoas fazerem o que estão fazendo? Esse não é o local adequado. Então, que
e a FASC tome uma atitude, que a Prefeitura diga o que veio fazer, porque até
aqui não disse e não fez. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Solicito ao
Ver. Todeschini que coloque o casaco, ou então que possamos desligar o
ar-condicionado.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Muito bem, o
Ver. Todeschini fará isso com certeza.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, peço, por gentileza, que seja diminuída a temperatura do ambiente,
porque o calor deste plenário é simplesmente insuportável, não há como agüentar
com casaco.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Vamos ver com
a Diretoria Legislativa para saber se é melhor ligar ou desligar o
ar-condicionado.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o tema da democracia é fundamental, mormente quando observamos - e temos
observado - que os Partidos políticos, por uma série de fatores, estão
fragilizados. A democracia tem o seguinte significado: demos, povo; cracia,
governo; então, governo do povo. E na definição de Roosevelt: “Democracia é o
governo do povo, para o povo e pelo povo” - o melhor conceito que já se teve de
democracia é dado, exatamente, pelo grande ex-Presidente dos Estados Unidos.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se a democracia depende de Partido político,
não há democracia sem Partido político, e não se inventou a engenharia da
civilização, não se inventou um regime melhor do que a democracia. A democracia
hoje, por assim dizer, ocupa os espaços dos países no mundo. A democracia hoje,
praticamente, está demarcando grande parte dos países. E os países que não têm
democracia estão sob a mira da crítica internacional, ou da inteligência
internacional.
Bem,
no Brasil, e todos temos repetido, se faz imprescindível a Reforma Partidária,
por uma série de fatores, até para assegurar a qualidade da democracia que
queremos, a qualidade da democracia que precisamos para atingirmos níveis de
desenvolvimento em qualquer terreno. E a democracia é o regime mais
condescendente, por assim dizer, a se resolver as grandes questões, não só
locais, mas também as nacionais. Porque ela se assenta no princípio da
igualdade, e, se assim o é, nós precisamos construir, constituir Partidos
políticos fortes e corretos, bem estruturados. Porque hoje o que se vê, muitas
vezes, é que não são mandados ao poder - vamos usar a expressão -, aos Governos
e aos Parlamentos aqueles que deveriam estar lá. Muitas vezes, o fator
econômico - que é um fator que nega a democracia, porque desiguala a
participação no pleito eleitoral - tem sido responsável pela eleição de muitos
e muitos que não deveriam estar no Parlamento.
Então,
a Reforma Partidária vem antes de qualquer Reforma, até para organizar a
democracia, já que, na democracia, o Partido político detém a incumbência de
organizá-la através de um amplo processo que começa exatamente no nascimento do
poder, já que o poder emana do povo, ou deve emanar do povo. E, se emana do
povo, e deve emanar do povo, nós precisamos construir exatamente os canais, que
são os Partidos políticos, no sentido de atingirmos o que nós queremos - todos
- e o que a população quer, que é a excelência. A excelência das ações dos
Governos: é isso que o povo espera. E, para isso, o povo faz um esforço através
do tributo, enfim, através da sua cota de sacrifício.
Portanto,
Presidenta, encerro esta breve alocução dizendo que a Reforma Tributária...
Falei da Reforma Tributária, mas a Reforma Partidária vem antes. Até, para se
fazer uma Reforma Tributária em condições, é preciso alterar exatamente,
através de uma Reforma Partidária, os pressupostos daqueles que deverão
integrar o Poder, Parlamento, etc. e tal. Obrigado, Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Verª Maria Celeste; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que
acompanha o Canal 16, quero, nesta manifestação no período de Comunicações,
relatar um fato que me chamou muito a atenção neste final de semana, mais
precisamente no sábado, quando fui abordado por um casal de cidadãos de Porto
Alegre, que me falou sobre o atendimento médico de uma Unidade de Saúde aqui da
Cidade.
Segundo
esse casal de cidadãos, eles teriam ido a um Posto de Saúde - porque o esposo é
hipertenso, isto é, tem pressão alta - e ao chegarem na Unidade de Saúde foram,
apesar da demora, atendidos. Ao saírem, um médico de plantão teria dito para o
cidadão o seguinte: “Olha, acho de extrema importância o senhor verificar e
marcar um cardiologista, porque o senhor tem que se tratar”. Esse cidadão, o
casal de cidadãos, foi até a secretaria tentar marcar, isto é, deixou ali a
solicitação para marcar um cardiologista, que, segundo a Unidade de Saúde,
poderia ser feita por telefone para a Central de Marcação. Mas, imediatamente
após o médico ter dito isso para o casal, a própria profissional do Posto de
Saúde teria dito para eles: “Olha, é bom o senhor saber que existe esta pilha”
- e mostrou uma pilha mais ou menos desta altura - “que nós ainda não marcamos,
está para marcar”, uma pilha deste tamanho.
O
cidadão, percebendo isso, foi procurar o seu médico e conseguiu marcar uma
consulta particular. Ele me perguntou: “E esses cidadãos, Oliboni, que
esperaram a marcação de consulta, o que vão fazer?” Eu disse: “Olha, nós,
segundo informação do Governo, fomos informados de que essa Unidade de Saúde
tem obrigação de marcar, via Central, e a Central de dar a contrapartida,
informando ao paciente quando foi marcado”. Aí ele mesmo disse: “Enquanto eu
estava lá, vários cidadãos chegaram ali, e eles informavam que ainda não tinham
o retorno da Central de Marcação”.
E
aí eu pergunto, de novo: e aquela pilha de consultas a serem marcadas, que
ainda nem tinham sido marcadas? E os cidadãos já estão retornando ao Posto de
Saúde para saber para quando foi marcada. Vejam só quantos cidadãos estão sendo
mal informados, até porque, ali naquela pilha, nenhuma consulta foi marcada. E
se vocês, qualquer um dos nobres colegas Vereadores, ligar para a Central de
Marcação, Ver. Goulart, só tem vaga para cardiologista para o ano que vem, e o
nobre cidadão hipertenso vai agüentar, Ver. Goulart, até o ano que vem? O
senhor que é médico, Ver. Sebenelo: um hipertenso agüentaria até o ano que vem
sem uma consulta? Eu não consigo mais entender por que nós falamos aqui que
Saúde é prioridade de qualquer Governo! Essa barbaridade está acontecendo ali
na Unidade de Saúde, mas poderia ser em qualquer Governo. Eu acho que isso é
uma enganação para o cidadão. O cidadão não está mais conseguindo aguardar o
tempo que leva para marcar a consulta, ele não consegue mais esperar. Aí, Ver.
João Antonio Dib, acontece o que V. Exª falou esses dias: o absenteísmo de mais
de 30%. Quando chegar na marcação de consulta, ele já procurou um médico, ou já
faleceu, enfim, ele já procurou uma outra alternativa.
Eu creio que devemos, sim,
chamar o Secretário da Saúde para que ele nos diga qual é a saída para esse
caso, e não fazer o que ele fez aqui sexta-feira. Os nobres Vereadores estão
sabendo o que o Secretário fez aqui? Mandou um cidadão calar a boca aqui no
Plenário. Isso é uma barbaridade, isso é uma falta de educação. Infelizmente, o
nosso Secretário da Saúde, Pedro Gus, fez isso numa Audiência Pública aqui, em
que estava sendo discutida a questão dos implantes, que todo mundo sabe que tem
problemas.
Então é isso, nós temos
que avaliar muito essas questões, fiscalizar os serviços públicos. Creio que é
uma função da própria Secretaria saber quais funcionam ou não funcionam, porque
senão é a própria população que vai dizer que este Governo não está tomando
providências. Em nome da população é que estamos aqui pedindo, implorando ao
Governo Municipal e ao Governo Estadual para que, nos sete postos de saúde que
há na Região Leste, essa questão seja verificada, porque senão a população vai
repudiar, imediatamente, os Governos que passam e o Governo que está aí. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, queria cumprimentar, inclusive, o Ver. Bernardino
Vendruscolo, porque está em Pauta, em Discussão Preliminar, um Projeto seu,
belíssimo, que institui e disciplina o Imposto intervivos, que é uma das
grandes lutas de Vossa Excelência, quero lhe dar os parabéns por essa magnífica
iniciativa.
Srª
Presidenta, nada como um dia depois do outro! Dentro do magnífico conteúdo humano
da reclamação do Ver. Oliboni, quero lembrar a V. Exª que nós passamos pedindo
atenção a esse fato, durante os nossos mandatos, em caráter permanente. E
depois daquela célebre e bravateira iniciativa do nosso querido amigo e então
Ver. Henrique Fontana, de um fôlder com o número de telefone, onde todas as
unidades poderiam telefonar para o ramal tal, que lá marcariam as suas
consultas especializadas... Coisa mais linda!
O
Posto de Saúde da Vila do IAPI, o Postão, foi desativado pelo Partido dos
Trabalhadores, como uma política integrada de saúde. E mais do que isso:
acumularam-se, isso dito pela então Secretária da Saúde, quase setenta mil
consultas especializadas. É evidente que precisamos, desesperadamente,
atualizar as consultas especializadas, mas, dentro do caos recebido na Saúde,
dentro da tragédia que presenciamos, recebida do Governo anterior - e V. Exª
não tinha como falar em Governo anterior, porque durante quatro Legislaturas
anteriores o Governo foi do Partido dos Trabalhadores -, houve a dizimação
completa dos 1.021 especialistas que havia no Postão, que agora viraram 90.
Hoje, uma das tragédias do nosso caos na Saúde é, indiscutivelmente, o Posto da
Vila Cruzeiro, dizimado pelo Partido dos Trabalhadores. Os leitos psiquiátricos
são uma vergonha!
Essa
herança foi recebida de uma forma quase que sem condições de transportá-la até
um novo Governo, tal o caos, tal o abandono e tal a dívida social adquirida com
a população de Porto Alegre na falta de especialistas. Nós denunciamos, nós
pedimos uma CPI, e o Partido dos Trabalhadores sentou em cima da CPI. Foi
fantástica a questão da prevenção na Cidade, e foi provada cientificamente, com todo
o rigor acadêmico, que a prevenção era zero na Cidade; que os postos de saúde
estavam numa distância, em número e qualidade, amazônica de alguma coisa que
pudesse ter algum substrato de dignidade humana. As relações humanas dentro da
saúde foram a quase zero com o déficit, com o ônus do recebimento de uma
Prefeitura com duzentos milhões correndo atrás, nós sabíamos que essa questão
dificilmente teria solução.
Mas queremos que nos próximos tempos haja, pelo
menos, o resgate, e isso foi feito e tentado, inclusive com os chamados
mutirões da dívida que se tem dos especialistas com a nossa população. É
evidente que uma pessoa com hipertensão precisa, logo, fazer uma avaliação
cardiológica. A avaliação cardiológica vai levar, pelo nosso posto de saúde, de
quatro a cinco anos, e aí o paciente já morreu ou está em graves condições de
progresso da moléstia, não dando mais para atendê-lo. Mas, por favor, não
debitem a esta Administração esse caos e essa dificuldade. Não! Isso aí tem uma
outra origem, depois de passar dezesseis anos no Paço Municipal dando as
cartas, por favor, não venham criticar dessa forma, dizendo que hoje a Saúde
faz parte de um lado ruim do Prefeito José Fogaça, quando essa maldita herança,
esse inferno que nós vivemos na Cidade, com o caos na área da Saúde, tem uma
fabricação e tem, inclusive, uma co-autoria e principalmente um responsável. E
todos nós sabemos quem é.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Estimada
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores e
senhoras que nos acompanham
nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Há
poucos dias, o País inteiro se chocou com aquela tragédia ocorrida no Rio de
Janeiro, de uma criança que foi arrastada por mais de sete quilômetros por
aquelas - não vamos chamar de pessoas - três bestas humanas, um brutal
assassinato. Há mais uma notícia hoje, na Zero Hora, que não deixa de ser um
assassinato brutal, envolvendo uma menina de um ano e meio. Em Joinville, a
menina acompanhou uns vizinhos dos familiares e foi até um culto numa
determinada igreja - vamos respeitar o nome da Igreja, a entidade não tem nada
a ver, talvez, com um ato como este. Gabrielle, olhe a foto (mostra a
fotografia): uma menina tão linda, com um ano e meio de idade, foi estuprada e
morta! Que barbárie, gente!
São
pronunciamentos que nem eu, nem ninguém gostaríamos de fazer da tribuna, mas
temos que falar, até é uma missão nossa, uma responsabilidade que nós temos
pelo voto popular. Acho que nós temos, sim, que nos pronunciar, para que a
sociedade grite cada vez mais alto com a sua voz, com a voz do povo e a voz de
Deus, para que esses bárbaros crimes, principalmente dessas crianças, sejam
punidos também com a dor. Esse monstro que cometeu esse crime devia pagar com a
mesma dor, ou mais ainda, porque ele cometeu um bárbaro crime: pegar uma menina
indefesa, de um ano e meio, estuprar e matá-la... Uma besta humana de tamanha
crueldade deveria pagar, no mínimo, com a prisão perpétua.
Se
tivesse pena de morte neste País, meus caros Ver. Dr. Goulart e Ver. Nilo
Santos, será que alguém teria coragem de usar este microfone e defender uma
besta, um lixo desses que cometeu esse crime? Não sei. Meu amigo Ver. Adeli
Sell, grande Vereador, diz-me que é contra a pena de morte. Talvez naquele dia,
ele fosse contra, mas, lendo os jornais, talvez ele tenha mudado de opinião. É
um homem que tem sentimentos como todos nós. Porque existe a dor da família, a
dor de uma inocente indefesa, estuprada e morta. Vamos pensar sobre isso; nós,
que temos filhos dessa idade.
Ver.
Dr. Goulart, uma criança com um ano e meio, que só pensa em brincar e viver,
com o mundo pela frente. E a pessoa que comete um crime desses é lixo, do pior
lixo, meu caro Presidente. Se um lixo desses for pego, talvez pague uma pena,
porque, pelas nossas leis, a pessoa comete esse crime, fica um ano, dois na
prisão, depois consegue uma liberdade condicional, um semi-aberto e comete
outros crimes bárbaros como esse. Temos que evitar isso, minha gente!
Acho
que todos os Vereadores, quando tiverem oportunidade, nesta tribuna, em
programas de rádio ou televisão, têm que gritar, têm que abrir a boca e
denunciar, a população tem que se levantar. Nós não podemos mais aceitar esses
bárbaros crimes que estão acontecendo. O mundo inteiro acompanhou o que
aconteceu no Rio de Janeiro, e hoje a Zero Hora traz: (Lê e mostra o jornal
Zero Hora.) “Menina é achada morta em pia batismal depois do culto”. Vejam bem,
colocada dentro de uma pia como um objeto qualquer.
Mas eu ainda acredito na Justiça Divina - e já encerro, meu caro Presidente
-, essa não falha, meu caro Ver. João Antonio Dib. A Justiça Divina não falha!
A dor provocada por esses bárbaros, por esses assassinos, por esses cruéis, por
esses lixos terá que ser paga, nem que seja com o próprio sangue! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Sebastião Melo, ao iniciar os
debates no Grande Expediente... Eu pensei que haveria o debate desse assunto ao
longo do Grande Expediente e também das Comunicações, mas parece que o Ver.
Sebastião Melo ficou sozinho. Eu acho que o assunto que ele trouxe à baila é da
mais alta relevância. Nós precisamos, sim, de Reforma Política, mas Reforma
Política que não há de ser feita por este Congresso que está aí e que não tem o
mínimo de respeito por si mesmo e muito menos pela população brasileira.
Há necessidade, sem dúvida nenhuma, de aumentar os
mandatos do Presidente da República, dos Governadores, dos Deputados Estaduais.
E dos Vereadores também, porque acompanhariam os Prefeitos; os Deputados
Estaduais, o Governador, os Deputados Federais e Senadores acompanhariam o
Presidente da República. Em cinco anos é mais fácil fazer um bom plano de
Governo, porque o indivíduo em quatro anos... Ele leva os dois primeiros se
organizando, e os outros dois ele leva saindo do Governo. Então, não... Ainda
mais com o sistema de reeleição. É um desastre! E a fidelidade partidária tinha
que ser respeitada.
Acontecem coisas estranhas, inclusive nesta Casa.
Um Partido, na Legislatura passada, que não teve um voto, que não teve um
representante na Casa, de repente passou a ter representante, contrariando a
própria Lei Orgânica e o Regimento Interno. E aí se apresentaram mais três
Partidos, e aqueles que apoiaram o primeiro ficaram triste. Talvez o voto distrital seja uma
solução, sem dúvida nenhuma, muito boa. Não sei se o voto distrital puro ou se
voto distrital misto. Provavelmente, o melhor seria iniciar com o voto
distrital misto para, depois, chegar ao voto distrital puro, para que
soubéssemos o que os nossos representantes fazem pelo nosso País, pelas nossas
localidades, pelas nossas cidades, pelo nosso Estado. Nós não sabemos.
Mas
talvez, com outro Congresso, pudesse ser possível. Talvez a melhor solução seja
a eleição de uma Assembléia Nacional Constituinte, por um ano só, e aqueles que
dela participassem encerrariam a sua atividade política, depois das suas
conclusões, com uma nova Constituição para o País, onde nós não teríamos 513
Deputados, que não são necessários, que gastam uma enormidade e que, nas
proporções dos Estados Unidos, seriam em 234. Se tivesse a mesma proporção que
há nos Estados Unidos... Nós gostamos de copiar os Estados Unidos. Lá eles têm
seis Senadores, aqui nós teríamos 54. E não se reelegeria um Senador que mora
no Maranhão, que viveu a vida inteira no Maranhão, mas que se elege pelo Amapá.
Esse é o pior brasileiro que já nasceu! Não nasceu nenhum brasileiro pior do
que esse. E a sua filha, que mora no Maranhão, que nasceu no Maranhão, foi
Governadora do Maranhão, é Senadora pelo Maranhão, e ele quis vender para o
Presidente Lula, por um Ministério. Já trocou de Partido, também não tem
fidelidade partidária.
Então,
eu acho que a nossa solução seria sangue novo, completamente diverso daqueles
Deputados que lá estão, viciados, que lá estão vinculados a mensalões, a
sanguessugas, a severinos, a outros tantos que por lá passaram, a outros que
voltaram e a outros que procuram anistia agora. Nós, se tivéssemos uma
Assembléia Nacional Constituinte proposta exclusivamente para fazer uma nova
Constituição, aí sim, teríamos menos Deputados Federais, menos Senadores, menos
Vereadores. E eu só abro mão para a Assembléia Legislativa, porque considero
que os números são razoáveis. Mas o resto nós diminuiríamos, e muito. E o mais
importante: nós produziríamos muito mais, porque esse Congresso lá, dos 513
Deputados na Câmara Federal, levou doze anos para votar um Projeto de Lei para
fazer com que os feriados, todos, fossem transferidos para segunda-feira, foram
doze anos! O poeta J. G. de Araújo Jorge era Deputado e propôs isso. Doze anos
depois, transformado em lei, descobriu-se que não era fácil aplicar. Durante
alguns meses, foi aplicado, depois foi esquecido, mas era um bom Projeto, se
tivesse sido bem analisado. Se tivesse menos gente, ele seria bem analisado.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
Com a manifestação do Ver. Antonio Dib, encerramos o período de Comunicações.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 3336/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Passagem de
Nível Engº José Portella Nunes o logradouro público não-cadastrado, conhecido
como Passagem de Nível Celso Furtado, localizado no bairro Teresópolis, e
revoga a Lei nº 9.827, de 23 de setembro de 2005.
PROC. Nº 5342/06 -
SUBSTITUTO Nº 01, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que estabelece condições para o acesso das
populações moradoras de áreas não regularizadas aos serviços de abastecimento
de água e remoção de esgoto cloacal, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 012/06.
PROC. Nº 5778/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 060/06,
que dá nova redação ao art. 1º das Leis nos 8.725, de 28 de maio de
2001, 8.750, de 15 de agosto de 2001, 9.086, de 07 de março de 2003, 6.626, de
27 de junho de 1990, 3.372, de 30 de abril de 1970, 7.981, de 13 de junho de
1997, 3.415, de 27 de agosto de 1970 e 2.606, de 08 de novembro de 1963, que
declaram de utilidade pública as entidades que mencionam.
PROC. Nº 5838/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 240/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que determina,
no âmbito do Município de Porto Alegre, que o ano de 2007 seja denominado Ano
pela Paz, em comemoração ao centenário
do Movimento Escoteiro.
PROC. Nº 5839/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 033/06, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que inclui §§ 1º e 2º no art. 29 da Lei Complementar nº 197, de 21
de março de 1989, que institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão
“inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles
relativos, e alterações posteriores, dispondo sobre a possibilidade da
apresentação, pelo contribuinte, de até 3 (três) pareceres técnicos para a
solicitação de reestimativa fiscal.
PROC. Nº 5884/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 241/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Pedro Manoel
Ramos.
PROC. Nº 5901/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 061/06,
que dá nova redação ao artigo 1º da Lei nº 209, de 03 de junho de 1949, que
declara de utilidade pública o Hospital Sanatório Belém.
PROC. Nº 5953/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 258/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que inclui, no
Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, as festas dos
orixás Iansã e Oxum.
PROC. Nº 0007/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/07,
de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Prêmio Tradicionalista
Glaucus Saraiva ao Folclorista João Carlos D’Avila Paixão Côrtes.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 1108/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria o Programa
de Recuperação de Cadastro (PRC) e estabelece normas para a regularização, junto aos órgãos públicos municipais, dos
débitos de clubes sociais e associações
que possuam até mil sócios.
PROC. Nº 5649/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Margarete Moraes, que denomina Rua João Baptista Aveline o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 623
– Loteamento Pampa -, localizado no bairro Farrapos.
PROC. Nº 5650/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Carlos Todeschini, que denomina Rua Vereador Eloy Martins o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 624 – Loteamento Pampa-, localizado no
bairro Farrapos.
PROC. Nº 5675/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 236/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Dr. Goulart, que denomina Rua Hugo de Araújo o logradouro público não-cadastrado,
conhecido como Rua 629 – Loteamento Pampa-, localizado no bairro Farrapos.
PROC. Nº 5740/06 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 099/06,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede a Comenda Pedro Weingärtner
ao Coronel de Cavalaria Reformado Pedro Paulo Cantalice Estigarribia.
PROC. Nº 5768/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 238/06, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Manuela d'Ávila e
Maria Celeste, que denomina Rua Joanita Castro de Freitas, Rua Alicio dos
Santos Marcelino, Rua João Batista Barboza, Rua Selma Teresinha da Rocha
Scheimer e Praça Franciele Reis de Oliveira os logradouros públicos
não-cadastrados, localizados no bairro Farrapos – Loteamento Pampa -,
conhecidos, respectivamente, como Ruas 625, 626, 627 e 630 e Praça 632.
PROC. Nº 0001/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o troféu Honra ao Mérito à
Agência Competence.
PROC. Nº 0002/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê
Camargo à Artista Plástica Imeritta Maria Pandolfi Passos.
PROC. Nº 0003/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/07,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr.
Paulo Sergio Viero Naud.
PROC. Nº 0004/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/07,
de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede ao Greenpeace o Prêmio
Ecologista do Ano José Lutzenberger.
PROC. Nº 0018/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/07,
de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o título honorífico de Líder
Comunitária à Senhora Ana Izabel Alves Godoy.
PROC. Nº 0019/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/07,
de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o prêmio literário “Érico
Veríssimo” ao Senhor Pedrinho Arcides Guareschi.
PROC. Nº 0020/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/07,
de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o Prêmio Francisco José
Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ao Centro
de Educação Profissional São João Calábria.
PROC. Nº 0056/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/07,
de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmen da
Silva à Jornalista Maria Elaine Machado Torres.
PROC. Nº 0059/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/07,
de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o título honorífico de Líder
Comunitário ao Senhor Ivo Fortes dos Santos.
PROC. Nº 0060/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/07,
de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” à
Companhia Zaffari Comércio e Indústria.
PROC. Nº 0094/07 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/07,
de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Rua Nossa Senhora de Fátima o
logradouro público cadastrado, anteriormente denominado Rua Dr. Paulo Smania, e
revoga a Lei nº 6.083, de 8 de janeiro de 1988.
PROC. Nº 0253/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/07,
de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o Prêmio Não às Drogas à
Pacto/POA – Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano.
PROC.
Nº 0586/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/07, que declara de utilidade pública a
entidade SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade.
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Ao Ver.
Oliboni, na presidência dos trabalhos, a nossa saudação, também aos colegas
Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores. Ver. João Dib, Dionísio Rodrigues
Mendes foi uma pessoa importante para a história de Porto Alegre, não foi? Foi
um dos três que receberam sesmarias para colonizar Porto Alegre. Um deles dá
nome a uma rua: Jerônimo de Ornelas. Mas não existe rua, não existe nenhum
espaço público com a denominação de Dionísio Rodrigues Mendes, que teve uma
importância histórica para Porto Alegre, porque foi quem começou a colonização
de Belém Velho.
Porto
Alegre, que tem algumas ruas com nomes de cantores, de artistas, de músicos
importantes, até hoje não se lembrou de Chiquinha Gonzaga, cuja música, há
pouco, tocou no vídeo que nós assistimos sobre o voto no Brasil. Não foi
fortuita a escolha da música de Chiquinha Gonzaga, porque ela teve um papel
importante na luta feminista, na cultura e na música de nosso País.
Eu
coloco essas questões porque ouso propor uma mudança de nome da passagem de
nível na Perimetral, ali em Teresópolis. Eu dizia há pouco ao meu colega
Guilherme Barbosa da importância de Celso Furtado, um brilhante economista,
desenvolvimentista, e estou verificando um outro espaço para que seja
denominado de Celso Furtado, até porque houve uma confusão, um problema quando
entrei com o pedido na Prefeitura, pois ainda não havia os croquis, e
essa passagem de nível foi denominada sem os devidos croquis, porque nem
estavam prontos.
Por
que modificar para Engenheiro José Portella Nunes? Porque ele foi um empresário
importante da Cidade, a sua empresa foi uma das que fizeram parte da construção
da 3ª Perimetral, inclusive ali naquele local, e ele, quando morreu, era o
Presidente do Projeto Pescar. Aqui todos conhecem o que é o Projeto Pescar,
inclusive o meu Governo, o Governo Lula, ao adotar o Projeto Chão de Fábrica, se
baseou nas experiências do Projeto Pescar. Todo o mundo sabe da discussão que
houve com o pessoal do Pescar, porque eles têm uma metodologia importante, que
é vitoriosa, com mais de oitenta escolas do Projeto Pescar no Brasil, em Buenos
Aires, inclusive, e há pedidos para copiar esse Projeto em outros países.
Por
ser um engenheiro, por ser uma obra da sua construtora, pelo período que estava
sendo feita, por essa importância e para ter essa visibilidade é que estou
propondo essa mudança, até porque, por ser uma passagem de nível, não tem
nenhuma loja, nenhum equipamento que tenha já colocado o nome, a referência na
passagem de nível. Se fosse Rua Celso Furtado, mudar por outra denominação,
complicaria bastante.
Eu
ousei aqui propor uma mudança na semana passada, e foi feito um escândalo! Era
um pedido da comunidade, o caso da rua lá da Zona Norte, que quer trocar o nome
de Dr. Paulo Smania por Nossa Senhora de Fátima, uma reivindicação do Colégio
São Francisco, do Colégio Padre Leo e de toda a comunidade. Inclusive o
abaixo-assinado, que foi questionado aqui, não fui eu que passei, foi a
comunidade. Foi dito numa reunião pública, tenho testemunhas disso.
Eu
trago essas questões, porque até hoje não cheguei à meia dúzia de denominação
de ruas. Mas acho que se trata de uma coisa importante, simbólica para a
Cidade, por isso eu ouso fazer o pedido de troca. Já verifiquei outros espaços
com visibilidade para colocar o nome de Celso Furtado - na minha opinião, um
dos grandes economistas, desenvolvimentistas deste País -, portanto não há
nenhuma contrariedade com o nome. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Recebemos
a informação de que o ar-condicionado está com problemas. A Mesa consulta os
Vereadores se podemos liberar o uso dos casacos em função do calor.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: O
Regimento Interno é claro. Vossa Excelência não pode mudar o Regimento Interno
se o ar-condicionado está funcionando!
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Estamos
solicitando, por isso, a concordância dos nobres Vereadores e Vereadoras. Há
concordância?
(Manifestação
positiva dos Vereadores.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Há
concordância, com a abstenção do Ver. João Antonio Dib.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Abstenção,
não; contrariedade.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. José Ismael Heinen também se
pronuncia contra a retirada do casaco. A maioria é favorável, portanto a
liberação dos casacos está permitida em função do calor.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, a fúria legiferante continua nesta Casa: em 1a
Sessão de Pauta hoje, há nove Projetos e, em 2a Sessão de Pauta,
dezenove Projetos.
O Ver. Adeli Sell pegou a mania agora de
trocar os nomes. Se a Casa um dia homenageou alguém, quem somos nós para
retirar a homenagem que foi prestada? Hoje eu tenho certeza de que lá no céu
estão as duas pessoas, e, fruto de uma das alterações que pretende o Ver. Adeli
Sell, um dos dois amigos deve estar dizendo: “Como é que vai tirar o teu nome e
colocar o meu nome?” Eu acho que eles não iam concordar, eles não iam ficar
satisfeitos, porque os dois eram criaturas muito sérias.
O
Ver. Raul Carrion continua com bastante entusiasmo fazendo Projetos de Lei que
estão entrando agora, mas ele já é Deputado. O Substitutivo que ele apresenta
estabelece condições para o acesso das populações moradoras de áreas não-regularizadas
ao serviço de abastecimento de água e remoção de esgoto cloacal. O Executivo
Municipal também encaminha um Projeto de Lei exatamente nos mesmos termos que o
Ver. Raul Carrion, mas muito melhor, muito melhor, sem dúvida nenhuma. O
Vereador pretende condições de acesso das populações moradoras em áreas
não-regularizadas ao serviço de abastecimento de água e remoção do esgoto
cloacal, só que o Executivo estabelece regras, estabelece condições, vai cobrar
- e tem que cobrar. Também o ex-Vereador Raul Carrion queria cobrar, só que o
Executivo propõe o pagamento em até sessenta parcelas para viabilizar o
atendimento dessa grande quantidade de famílias que estão em áreas
não-regularizadas e que precisam do abastecimento de água e da remoção do
esgoto cloacal.
O
Executivo vai mais adiante ainda quando diz que, em área especial de interesse
ambiental, as redes de abastecimento de água e remoção de esgoto poderão ser
instaladas somente após autorização do órgão ambiental competente. E diz mais
ainda: em áreas de risco, não serão instaladas redes de abastecimento de água e
remoção de esgoto cloacal, ainda que eles estejam lá colocados irregularmente,
como diz a ementa, e isso é absolutamente correto. Quando eu fui Prefeito, um
dia recebi um telefonema para colocar água na Vila Dique. Eu disse que eu,
Prefeito, não faria a colocação de água ali, porque estaria fazendo com que se
eternizasse aquela população ali, e havia a necessidade de avanço da pista do
Aeroporto, que eu acho que era essencial. Passaram-se vinte anos, e agora estão
fazendo remoção, nós vamos até votar um Projeto de Lei no sentido de remover
aquelas famílias para que possa ser dada continuidade à pista do Aeroporto
Salgado Filho.
Há
uma discordância deste Vereador, e acho que o Ver. Todeschini e o Ver. Barbosa
também discordam; ambos foram, como eu, Diretores do DMAE. O art. 2º do Projeto
de Lei do Executivo diz que a manutenção das redes instaladas poderá ser
realizada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos. Eu não admito o
“poderá”; é “deverá”. Será realizado pelo Departamento Municipal de Água e
Esgotos, porque, na realidade, em relação à rede, tem de ser garantida a sua
eficiência, a sua salubridade, a sua qualidade pelos órgãos competentes do
DMAE, que fazem análises sistemáticas e diárias de toda a rede para que o
porto-alegrense consuma água de qualidade, sem nenhum problema.
Portanto,
vou apresentar uma Emenda, creio que juntamente com os Vereadores Todeschini e
Barbosa, no sentido de que o DMAE realize a manutenção das redes e a inspeção
permanente, porque só assim nós teremos certeza de que a água fornecida terá a
qualidade necessária e essencial para a saúde de todos os porto-alegrenses.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo Sr. Presidente dos
trabalhos, Ver. Oliboni; cumprimentando V. Exª e também os demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa, público que nos assiste pela TVCâmara, público que nos
assiste nas galerias. Venho a esta tribuna hoje em período de Pauta para tratar
dos Projetos de Lei protocolados e em tramitação em 1ª, 2ª e 3ª Sessão.
Faço
hoje especial menção ao Projeto de Lei do Executivo nº 061/06, Processo nº
5.901, que dá nova redação ao art. 1º da Lei nº 209, de 03 de junho de 1949,
que declara de utilidade pública o Hospital Sanatório Belém. Sr. Presidente, eu
quero dizer que este ano me foi atribuída, por intermédio da minha Bancada, a
responsabilidade de estar à frente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
portanto vamos estar trabalhando com os temas da área da Saúde. E, em recente
visita que realizamos ao Hospital Parque Belém - está aqui o Ver. Dr. Raul,
Presidente da Comissão -, percebemos que o Hospital caminha a passos largos
para a sua recuperação.
No início dos seus trabalhos, o Sanatório foi
dedicado ao tratamento da tuberculose, e foi escolhida aquela área verde; quem
sobe em direção ao Morro da Embratel, descendo à esquerda, lá está o Hospital
Parque Belém naquela imensa área verde. O Hospital Parque Belém tem o formato
de uma luva porque, naquele período, para as pessoas que sofriam de
tuberculose, um dos tratamentos indicados era que elas ficassem tomando sol -
corrija-me um Vereador médico, se eu estiver errado -, as pessoas tinham que
ficar encostadas naquelas grandes janelas.
Realmente nós percebemos que o Hospital Parque
Belém vem contribuindo, e muito, no que diz respeito à Saúde na Região Sul da
nossa Cidade. O Ver. Ervino, meu colega de Bancada, vem atuando de maneira
muito profissional e séria e tem o respeito da comunidade da Zona Sul de Porto
Alegre pela forma como imprime o seu mandato na Capital, ele conhece o trabalho
realizado lá pelo Conselho, sob a presidência de José Bonifácio Glass, uma
figura que está realmente conseguindo imprimir um novo ritmo de gestão ao Sanatório Parque Belém.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Exª, eu acho que
o seu pronunciamento é extremamente importante. Vossa Excelência falou no Dr.
Glass; ele é uma figura extraordinária, um patrimônio da cidade de Porto
Alegre. E não existe local mais adequado do que o Hospital Parque Belém... Quem
sabe, o sonho se torne realidade um dia; eu acredito na possibilidade de nós
fazermos um pronto-socorro na Zona Sul de Porto Alegre. Espaço físico não
falta, meu caro Vereador. Sei que V. Exª está incluído nessa luta e que V. Exª
também tem um grande conhecimento daquela comunidade. Sou grato a Vossa
Excelência.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY:
Muito obrigado, Ver. Ervino. Eu quero concordar plenamente com as suas
palavras, Vereador. Nós temos certeza de que, se tivéssemos a oportunidade de
ter um pronto-socorro de alto atendimento, principalmente na área de
traumatologia, muitas das pessoas que necessitassem ser transportadas da Zona
Sul até o HPS e que, porventura, não conseguissem ser salvas em função do
tempo, poderiam ser salvas, sim, se tivéssemos oportunidade de atendimento na
Zona Sul e - por que não? - no Parque Belém, que hoje funciona com um setor de
Emergência, atendimento particular e pelo SUS. Quem sabe sejam colocadas lá as
instalações do futuro pronto-socorro da Zona Sul de Porto Alegre. Muito
obrigado pela atenção de todos, tenho certeza de que esse é um importante
Projeto de iniciativa do Executivo para a nossa Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde,
Ver. Oliboni, Presidente dos trabalhos; demais colegas Vereadores, Vereadoras,
pessoas que nos acompanham através da TVCâmara, este é um momento interessante
da nossa Sessão, porque a gente começa a tomar contato com várias proposições,
sejam de colegas, sejam, às vezes, as nossas próprias ou do Executivo, e o
debate é feito ainda sem uma parcela de calor que, às vezes, a hora da votação
impõe. É o contato inicial, portanto nos permite um bate-bola.
Sendo assim, eu estava conversando com o Ver. Adeli
sobre o Projeto que propõe a troca do nome da passagem de nível que liga a Rua
Aparício Borges com a Av. Teresópolis, que recebeu o nome do economista Celso
Furtado, para o nome de outra grande figura aqui do nosso Estado, Dr. José Portella
Nunes, colega engenheiro, falecido recentemente e que era um dos proprietários
da empresa Sultepa, que participou de várias obras da 3ª Perimetral. O
equipamento tem um nome importante, e o Ver. Adeli propõe trocar por outro nome
importante, o que, de certa maneira, nos coloca num brete, numa dificuldade da
decisão. Quem sabe, deixo uma idéia para o colega e amigo Ver. Adeli, se
procurássemos um outro equipamento, um outro local importante para colocar o
nome José Portella Nunes, para que não fiquemos nesta situação muito difícil de
decisão.
Quero também abordar - e isto já foi feito pelo
Ver. João Dib - um Projeto de Lei do Executivo que recebeu Substitutivo do Ver.
Raul Carrion, e vejo que há qualidade nos dois. O Projeto do Executivo, de
fato, termina sendo mais amplo do que o Substitutivo do Ver. Raul Carrion;
preocupou-se com um outro detalhe. Ver. João Dib, talvez nós, os três
ex-Diretores do DMAE - também é um convite, como V. Exª já havia feito a este
Vereador e ao Ver. Todeschini -, possamos, quem sabe, fazer um segundo
Substitutivo, porque essa é uma preocupação importante. Devo confessar aos
colegas que, como Diretor do DMAE - acho que os outros colegas devem ter
passado por este problema -, recebia uma reivindicação forte, Ver. Bernardino,
das comunidades, pedindo água, e é muito difícil um Diretor do DMAE negar água
a uma comunidade, já que a água é um elemento absolutamente fundamental para a
vida, para a saúde de todas as pessoas. A gente costuma dizer que “sem água,
não há vida” - isso em termos inclusive do universo.
Então, é muito difícil, para quem dirige um órgão
como o DMAE, negar água a uma comunidade que vai lá pedir esse produto
essencial para todos. No entanto, existem regras que a gente tem que obedecer,
sendo um órgão oficial, um órgão público da Prefeitura, e este Vereador, quando
era Diretor do DMAE, começou
a procurar uma saída. E a saída, naquela ocasião - nós estamos falando de áreas
não-regularizadas, ocupações muitas vezes -, era o DMAE elaborar o projeto; a
comunidade comprar os canos necessários, ajudar na colocação daquelas
canalizações, para que o DMAE, então, pudesse colocar água de uma forma
não-ilegal, digamos assim. Não havia base para fazer a colocação oficial,
definitiva, e procurou-se uma saída, e isso resolveu em várias situações.
Depois,
eu sei que, na seqüência, o Diretor Dieter Wartchow e, quem sabe, o Diretor
Todeschini avançaram nessa idéia de tal maneira que o DMAE chegava o ponto de
não só elaborar o projeto, mas de fazer a obra e, depois, cobrar, paulatinamente,
na conta mensal, o custo da obra executada, quer dizer, nós avançamos no
processo. De certa maneira, o atual Executivo, liderado pelo Prefeito Fogaça,
está, através desse Projeto, regulamentando aquilo que foi feito
posteriormente, porque pretende, então, cobrar em sessenta parcelas a obra
realizada, porque o Projeto se baseia, principalmente, naqueles loteamentos
não-regularizados. Loteamento esse, lembrando aos colegas Vereadores, em que há
a obrigação de o loteador colocar toda a infra-estrutura: a rede de água, a
rede de esgoto, energia elétrica e pavimentação das vias.
Portanto,
nós estamos em uma situação em que o loteador não fez esse trabalho, obrigando
o órgão público municipal a colocar água, e é quase impossível se negar esse
produto, Ver. Dr. Raul, V. Exª é médico e sabe da importância da água tratada.
É difícil negar a colocação, e procurou-se uma saída. É um Projeto
interessante, temos um Substitutivo do ex-Vereador, agora Deputado Raul
Carrion, e nós podemos, de repente, produzir um segundo Substitutivo juntando
as duas idéias. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos falar do Projeto que
está em Pauta e que é de nossa autoria. Ele visa a trazer um pouco mais de
responsabilidade aos fiscais da Fazenda Municipal quando da avaliação dos
imóveis. Vou tentar explicar, ao menos demonstrar na prática, como ocorre
quando se adquire um imóvel.
O
comprador vai ao tabelionato e encaminha sua escritura, e, a partir de dois ou
até cinco dias úteis, o tabelionato entrega a guia para o pagamento do ITBI.
Ainda, até o presente momento, não conseguimos fazer o parcelamento do ITBI;
hoje, para deixar bem claro, o pagamento é feito à vista. O que ocorre se o
comprador discordar do valor avaliado pela Fazenda Municipal? E, diga-se de
passagem, não tenho visto, nos últimos anos, alguém contente com a avaliação
feita pelos Fiscais da Fazenda. Essa pessoa entra com recurso, chamado
reestimativa fiscal; nesse recurso, a pessoa, no momento que solicita a
reestimativa fiscal, pode apresentar um laudo, e esse laudo não traz um
regramento. E é nesse momento que nós queremos facultar àquele que reclama da
avaliação a apresentação de até três laudos feitos por profissionais
habilitados do mercado imobiliário, que vão fazer parte do processo. Como, logo
adiante, o processo vai cair na mesa do Secretário da Fazenda, que é o que dá a
palavra final, que o Secretário da Fazenda observe e considere que no processo
haverá três laudos de profissionais do mercado imobiliário, que ele tenha um
pouco mais de preocupação, porque, se não houver um acerto, esse processo vai
cair no Judiciário.
Também
na legislação diz que o Secretário da Fazenda poderá concordar ou discordar,
desde que tenha um laudo com o devido embasamento feito por técnico competente.
Nós não queremos tirar o poder, em absoluto, do Secretário da Fazenda, mas
queremos mostrar a ele que, antes de tomar essa decisão, há que observar o
laudo de até três profissionais do mercado imobiliário. Quando eu falo isso,
não podemos desconsiderar que os profissionais do mercado imobiliário, hoje, na
sua grande maioria, são altamente preparados, de acordo com o Conselho Nacional
dos Corretores de Imóveis. Hoje, não se faz mais uma avaliação como se fazia
até há alguns anos, quando simplesmente, numa carta escrita, botavam-se o
carimbo e o registro do corretor, e era suficiente. Hoje o profissional tem que
atender às normas da ABNT e responder se alguma coisa não estiver representando
a verdade.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu não sei se
me escapou da sua explanação, por isso solicito esclarecimentos a Vossa
Excelência. Como é que esses três profissionais seriam escolhidos, digamos
assim, e como seriam pagos pelo trabalho?
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: É
muito boa a pergunta, e esclareço. O pagamento desses profissionais é às
expensas de quem está reclamando, não traz ônus nenhum ao Município, e esses
profissionais, hoje, mais precisamente os corretores de imóveis, estão sendo
selecionados na medida em que eles fazem um curso de avaliação de qualificação.
Esse é um curso que está sendo desenvolvido no Brasil inteiro, dentro das
normas da ABNT.
Então,
só para esclarecer, até há alguns anos, nós, profissionais do mercado
imobiliário, simplesmente colocávamos ali o nosso nome, o nosso registro e atestávamos
que aquele imóvel valia “x” valor. Hoje, não! Hoje nós temos que justificar o
porquê e atender a todos aqueles requisitos da ABNT, essa é uma forma, Sr.
Presidente - e eu já encerro -, de trazermos um pouco mais de moralização ao
mercado e darmos mais valor a esses profissionais que labutam no segmento do
mercado imobiliário. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Aguardamos
as inscrições para as Comunicações de Líder.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu
acho que é importante para esta Casa fazermos uma comunicação extremamente
relevante. A minha Bancada recebeu a visita do Deputado Federal José Otávio
Germano, e ele nos comunicou que o Ministério das Cidades, do Governo Lula, do
Ministro Márcio Fortes, acaba de alocar a verba de cinqüenta milhões de reais
para produção habitacional, a fim de viabilizar a urbanização da Vila Dique e
da Vila Nazaré. Acho que é importante ressaltar a alocação de cinqüenta
milhões, que depende apenas da documentação final. Então, devemos agradecer ao
trabalho do Governo Lula, ao trabalho do Ministro Márcio Fortes e, também, do
Deputado Federal José Otávio Germano. É um comunicado importante para esta Casa
e para a nossa Cidade. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Bem lembrado,
Ver. João Carlos Nedel.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Ver. Aldacir
Oliboni, na presidência dos trabalhos no dia de hoje; nobres Vereadoras, nobres
Vereadores, esta semana é uma semana que se reveste de diversas importâncias:
retorno às aulas, semana em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e, também,
Porto Alegre estréia uma nova Lei do Poder Executivo que trata da
conscientização das faixas de segurança, trabalho que foi lançado hoje, ao lado
da Prefeitura, com a presença do Prefeito, dos Secretários e deste Vereador,
que propôs este Projeto que se transformou em lei em Porto Alegre.
Meus senhores, só para trazer ao nosso conhecimento
a importância desse trabalho de conscientização das faixas de segurança: nos
últimos oito anos, aproximadamente, tivemos 185.131 acidentes; desses, 53.961
com ferimentos e 1.368 mortes. Não sabemos, infelizmente, quantos ficaram com
seqüelas irreversíveis.
Imaginem o custo que devem ter causado esses acidentes, e há um detalhe: 45%
desses acidentes foram por atropelamento. Se olharmos pelo lado não somente
humano, mas estatístico dos custos gerados ao Poder Público, veremos que são
cinqüenta mil pessoas feridas, hospitalizadas e, de repente, algumas com
traumas irreversíveis. E o custo que isso dá ao SUS?
Nós
tivemos a preocupação, quando essa lei foi sancionada pelo Prefeito, de
destinar no Orçamento - porque não havia previsão - dez mil reais, valor que eu
acho pouco frente à importância da conscientização das faixas de segurança.
Talvez, no ano que vem, possamos buscar mais recursos, pois tenho certeza de
que isso se traduzirá em benefícios e em economia ao Município, mas,
principalmente, em proteção à vida, àquela vida boa, sem trauma, sem dor. Ainda
quero ver os nossos filhos, os nossos pais, os nossos avós saindo de suas casas
para irem ao supermercado, à escola, passando somente por faixas de segurança.
E essa conscientização é necessária também para o pedestre, para que sempre
escolha esses locais garantidos pela lei, que são as faixas. E os motoristas,
com certeza, vão respeitar, definitivamente, a faixa de segurança.
Precisamos
ter essa conscientização, essa cultura em Porto Alegre, o que, infelizmente,
não temos. Brasília não tinha, mas hoje tem. Na Itália, com toda a correria do
povo italiano, quando chega na faixa de segurança, o motorista pára, deixando o
pedestre passar. Nós temos cidades assim. Na minha Ijuí, em Erechim é a mesma
coisa. Mas hoje, quando entregávamos a propaganda sobre a conscientização da
faixa de segurança, vimos coisas que, realmente, nos mostraram a importância
dessa iniciativa. Pessoas batendo palmas pela iniciativa, achando-a necessária,
pessoas acidentadas passando e nos parabenizando pela iniciativa, e o Prefeito
estava presente naquela faixa que vai do Largo da Prefeitura ao Mercado
Público. Mas, quando os “azuizinhos” não estavam mais lá, principalmente os
motoqueiros, meus amigos motoqueiros, estavam buzinando quando um pedestre passava
pela faixa de segurança. Quer dizer, de repente os pedestres estavam atrasando
a sua ação de passar, os motoqueiros queriam a faixa de segurança livre para
passarem. E assim nós temos alguns motoristas e principalmente as indecisões,
tanto do pedestre, como do motorista, sobre de quem é o direito quando há uma
faixa de segurança. E eu pergunto: se tem uma sinaleira, de quem é a
preferência? Vocês vão ver que, se fizéssemos uma enquete aqui, daria 50% e
50%.
Sr. Presidente, quero agradecer ao Prefeito por ter
sancionado essa lei. Hoje e toda a semana estaremos nos cruzamentos de Porto
Alegre, com faixas, salientando a oportunidade e a conscientização das faixas
de segurança, que, por certo, estarão protegendo nossos filhos, nossos pais e
nós mesmos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Ver. Oliboni,
dirijo-me a V. Exª para requerer um minuto de silêncio pela morte de Dom Ivo
Lorscheiter, que aos 79 anos morreu. Seu sepultamento será amanhã, às 16 horas,
na Cripta Santuária Basílica de Medianeira, em Santa Maria. Foi uma perda muito
grande para todos nós a morte de Dom Ivo Lorscheiter.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): É com pesar
que nós recebemos essa notícia. É claro, faremos imediatamente um minuto de
silêncio.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Oliboni; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
público que nos assiste em geral, eu gostaria de contribuir um pouquinho com o
discurso feito pelo nosso Ver. Adeli Sell, homem sempre preocupado com os
problemas da Cidade, procurando saná-los.
Eu
tenho algumas informações aqui sobre o abrigo para crianças drogadas. Diz aqui,
em um jornal do dia 19-11-97: “De acordo com o Vice-Prefeito, José Fortunati, o
Projeto que inclui assistência social e tratamento médico e psicológico será
finalizado em dezembro de 1997”. Quase dez anos atrás, e é puro papel. No dia
16-07-97: “Criança de rua protegida da droga. A Prefeitura de Porto Alegre...”
Blablablá... É puro papel. E traz: redução do número de meninos e meninas de
rua, programas que resolverão os problemas, mais ajuda financeira para as
famílias. Mais uma matéria: ”A infância começa a sair das ruas”, isso em 1997.
Puro papel!
Porto
Alegre está cheia de papel. O que não se cria é papel, não é gente? Aqui nós
temos uma matéria de 2004 sobre o encerramento dos dezesseis anos da antiga
Administração, e diz assim num jornal da Cidade: “Jovens fogem de abrigo, à
noite, para se drogar. “Abrigo sem lei.” Inclusive faz referência, aqui, ao
abrigo que o Ver. Adeli Sell comentou. ”Durante a noite jovens recolhidos em
instituição da Capital sobem no telhado e pulam o muro para conseguir drogas,
mendigar e assaltar. [...] Adolescente sobe em um telhado do prédio e chega à
área próxima a uma cerca para ter acesso à rua, onde se encontra com outros
jovens para consumir craque, maconha e loló. [...] Em um prédio da Rua Frei Germano,
a uma quadra da Av. Ipiranga” - abrigo ao qual o Vereador se referiu -,
“ventiladores são roubados para trocar por drogas, para pagar a droga”.
“Funcionários
relatam medo e ameaças.” Isso em maio de 2004. “O excesso de liberdade e o alto
consumo de drogas transformaram o Abrigo Municipal Ingá Brita em um mocó (local
para esconder drogas e produtos ilícitos). É assim que funcionários e
prestadores de serviços definem a instituição, que, na avaliação deles, está à
beira do descontrole e deveria ser fechada. ‘Eu só vou trabalhar porque dependo
do salário para sustentar meus filhos. Tenho medo, sofro ameaças e não encontro
respaldo da administração para dar limites aos adolescentes’, desabafa uma
funcionária.
“Quando
os garotos se preparam para fugir, se um monitor tenta evitar, corre o risco de
ter o rosto chutado”, Ver. Ervino Besson! Continuo: “Além do perigo de
agressões, os funcionários são constantemente ‘lembrados’ pelos adolescentes
que podem sofrer um assalto ou até ser mortos na rua.
“O
clima de terror colabora para que ninguém - nem guardas, nem monitores - se
preocupem em evitar que os adolescentes escapem e se encharquem de drogas a
poucos metros da instituição. [...] Na tarde da última segunda-feira,
assaltaram uma pedestre na esquina da Rua Frei Germano com a Avenida Ipiranga.
Furtos em lojas, postos de combustíveis e supermercados também são uma rotina,
segundo funcionários. ‘Eles furtam coisas daqui para vender’, diz uma técnica
da casa.”
Aí
vem um contraponto da Diretora técnica, que não nega em momento algum esse
fato. A Diretora era a Srª Vládia Paz. E também tem aqui uma palavra da
Promotora da Infância e da Juventude, Lúcia Callegari, que diz: “Essa é uma
situação bastante grave, e não fomos informados. Quando sabemos, tomamos providências.
Parece estar havendo omissão, o Abrigo tinha de comunicar o que está
ocorrendo.”
Senhoras e senhores, esse caso, esse problema dos nossos abrigos é muito antigo. Hoje nós temos em Porto Alegre pequenos depósitos de gente que precisam ser solucionados. Foi batido aqui, durante muito tempo, sobre um dito abrigão, num prédio do Círculo Operário, locado por este Vereador, que então era Presidente da FASC - daqui a alguns dias a gente vai conversar mais sobre isso, quero trazer ao conhecimento de todos -, onde seriam tratadas trinta crianças por vez, e foi apelidado de abrigão para que não se resolvesse o problema da Cidade e o Projeto não fosse executado.
Parabéns a todos que se preocupam com a criança e o adolescente e que ajudaram a boicotar aquele projeto, tentando fazer com que este Vereador, na época Presidente, se passasse por incompetente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Cara Verª Celeste, colegas
Vereadores e colegas Vereadoras, cidadãos e cidadãs, efetivamente, Verª Sofia,
não fosse o Governo Lula, o que seria desta Cidade? Não são apenas os cinqüenta
milhões de reais; um outro dado que é muito mais importante é o da Ponta da
Cadeia: 113 milhões de reais! Esses são os números, é dinheiro! São 105 milhões
ali pertinho de onde V. Exª mora, Verª Sofia, na Carazinho. São 105 milhões de
reais! E tem mais, Ver. João Dib. Do Fundo Nacional de Saúde veio agora - está no
espelho do dia de hoje: (Lê.) “Atendimento Móvel às Urgências, R$ 251.500,00;
Pagamento/Terapia Renal, R$ 2.245.667,44; Aids, R$ 7.770,00; Assistência
Pré-Natal, R$ 20.320,00; Registro Civil e Nascimentos, R$ 1.952,42; Aids, R$
36.639,00; Assistência Domiciliar, R$ 299,25”. E por aí vai.
Agora,
quero saber o seguinte: quanto a Drª Yeda mandou para cá em dois meses? Quanto
o Dr. Germano Rigotto mandou para cá? Aquele dinheirinho da Saúde? É... Aquele
dinheirinho da Saúde, aquele que não veio para cá, que está faltando nos postos
de saúde? Ali na Restinga, pode ir lá olhar, é uma tapera o Posto da Castelo;
lá na Esmeralda: dois anos sem funcionar, o povo tem que ir para outro posto. E
o pessoal da Quinta do Portal, que tem que levantar às 5 horas da manhã para ir
até a Vila Mapa, porque não tem ônibus àquela hora da manhã, isso para ser
atendido, e não tem ficha?
E
o dinheiro do Governo do Estado, o da Saúde, não vem, mas o do Governo Lula
vem! Está aqui, no espelho de hoje! Ou V. Exas vão desconsiderar 113 milhões de reais
para a Ponta da Cadeia? Não é qualquer bagatela, é dinheiro além do tal do
superávit primário! É de 105 milhões de reais o superávit primário!
Convenhamos, viajar para fora, para o Canadá, para os Estados Unidos, quando só
para a Ponta da Cadeia se precisa mais dinheiro do que o tal do superávit
primário! Estão brincando! Aí não dá! Vamos falar sério! Vamos falar sério,
vamos discutir a Cidade como ela é!
Eu
quero mais: eu quero falar com o nobre Ver. Nilo, que foi da FASC. Ver. Nilo,
há um problema que V. Exª não tratou. As questões que eu coloquei aqui... E já
lhe disse que reconheço que a questão das crianças e adolescentes é um tema
antigo da Cidade, que, muitas vezes, foi colocado e trabalhado, mas que está
pior do que antes. Isso, indiscutivelmente, está! Toda a Cidade está falando
disso! E eu reconheço, tenho humildade; se há uma coisa que eu tenho, é
humildade! Ou V. Exª acha que eu gostei daquela foto que o Ver. Brasinha
mostrou aqui, na semana passada, do jornal Zero Hora, do tempo do meu Governo?
Isso também me dói profundamente! Só que nós baixamos a cabeça e começamos a
trabalhar, sem soberba, achando que nós estávamos fazendo o melhor dos
melhores.
Olha,
eu quero dizer a V. Exas que é preciso
discutir a realidade como ela é! E eu tenho trazido temas aqui para os quais
não estou tendo resposta da Liderança do Governo, da base do Governo. Talvez
esses Vereadores não achem importante. Agora, nós vamos teimar e discutir essas
questões. A Saúde Pública não vai bem, faltam remédios. Sexta-feira, nós vimos
aquele bate-boca impressionante, foi uma vergonha o bate-boca que houve aqui!
Então, o pessoal tem de ter humildade; quando vêem um plenário inteiro, cheio,
e pessoas começam a fazer colocações e cobranças, elas têm de ter humildade.
Tem
mais: eu quero saber quando é que a Prefeitura vai responder alguns dos nossos
Pedidos de Informação? Aquele, por exemplo, que citei, da semana passada? A
Bancada está fazendo um levantamento. Nós não fomos ao Ministério Público até
agora, mas, se não responderem em quatorze dias todos os nossos PIs atrasados,
nossa Bancada irá ao Ministério Público. Aí nós vamos ver “com quantos paus se
faz uma canoa”. Nós sabemos fazê-la. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de falar sobre o tema que quero abordar na
tarde de hoje, eu queria comunicar às Sras Vereadoras, aos Srs. Vereadores, às
Lideranças que nos antecederam que essa questão da política de assistência é
uma temática muito importante, e a Presidente da FASC, a Srª Brizabel, já
externou interesse em comparecer a esta Câmara para poder atualizar a Casa
sobre as novas políticas que a Prefeitura de Porto Alegre está implantando.
E
nós temos já agendada para a próxima semana a vinda do Secretário Cristiano
Tatsch, que vai anteceder a vinda da Secretária Brizabel, e, nesta semana, nós
tivemos a vinda do Secretário Fortunati. Com o comparecimento do Secretário
Fortunati, do Secretário Cristiano e da Secretária Brizabel, nós estamos dando
prosseguimento à política que foi implantada na nossa Prefeitura, e que nós
temos acompanhado na condição de Líder do Governo, que é de comparecer ao
plenário, que é o espaço mais coletivo, onde nós podemos responder aos
questionamentos, enriquecer as políticas públicas e, inclusive, aprimorar os
Projetos de Lei das respectivas áreas, Projetos que são, muitas vezes,
enriquecidos pelas emendas que são apresentadas pelas Sras. Vereadoras e pelos
Srs. Vereadores. Essas três temáticas já estão sendo agendadas, e há mais duas
Secretarias que também estão querendo vir à Casa.
Nós
achamos importante que seja feito apenas um comparecimento por semana, para que
o comparecimento do Executivo não retarde, não atrase os debates que são
específicos da nossa Câmara. Mas acho que a presença dos Secretários neste ano
de 2007 seguirá o mesmo cronograma, com a mesma disponibilidade de criação, de
manutenção dos vínculos, das interfaces entre os Poderes, o que, para nós, são
valores que nós defendemos e que, portanto, serão aqui mantidos.
Eu
também queria entrar na temática que já foi colocada pelas demais Vereadoras.
Nós estamos iniciando uma semana com uma série de atividades relativas à data
do 08 de março, que é o Dia Internacional da Mulher; estamos em ebulição aqui
na nossa Casa, já com várias atividades, numa programação apresentada pela Mesa
Diretora, pelo conjunto das Vereadoras. Março é um mês que começou a absorver
esse espírito de debate sobre a questão da igualdade de gêneros, e a absorção
dessa data tem acontecido aqui em Porto Alegre de uma forma muito ampla, tanto
que a programação da nossa Casa, como nos disse outro dia a Presidenta Maria
Celeste, de uma semana já virou quinze dias, e nós estamos vivendo, portanto,
um momento de extremo significado do ponto de vista da construção das políticas
públicas.
Em
2006, nós tivemos a aprovação de uma das mais importantes leis deste País, que
foi a Lei Maria da Penha, e isso também é o reflexo de uma posição
internacional. Inclusive, neste momento, estamos presenciando e acompanhando a
reunião da Comissão da Mulher da ONU, na qual o Brasil tem uma importante
representação, sendo gaúcha uma das duas palestrantes brasileiras, que é a
Beatriz Fett, representante brasileira do setor não-governamental, da sociedade
civil e que representa a BPW Brasil, mas que, pela postura que tem defendido,
quer seja no Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres ou no conjunto dos
movimentos da nossa sociedade, representa o pensamento das mulheres do nosso
País. Então, nós, as mulheres, estamos de parabéns por todos esses avanços e
sabemos, evidentemente, da necessidade da continuação da luta para a garantia
de conquistas ainda não asseguradas.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Verª
Maria Celeste, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores: o nosso amigo Ver. Adeli Sell gosta muito de cobrar respostas dos
outros Partidos e das outras Administrações. Mas há algumas coisas, Ver. Adeli
Sell, que seria muito bom que V. Exª pudesse responder à sociedade. Por
exemplo: por que o Zeca Moraes, depois de ter impedido que a Ford se instalasse
aqui em nosso Estado, foi trabalhar na Bahia, na Ford de Camaçari? Isso é
alguma coisa incrivelmente antiética e foi feita pelo Partido de Vossa
Excelência. Ou: por que o Governador Olívio Dutra inventou aquele tal de Clube
da Cidadania, que lesou a sociedade do Rio Grande do Sul na época em que o seu
Partido governava, e nada aconteceu com ele? Aliás, ele foi é premiado,
contemplado! Essas respostas a gente não tem!
Mas
o Ver. João Dib me forneceu um dado extremamente importante. O Ver. Dib é um
homem que procura se calçar, embasar-se em dados concretos vindos do Executivo.
E ele me passou o seguinte: os repasses do SUS em 2002, Ver. Adeli Sell, eram
de 307 milhões, 709 mil e 794 reais. Em 2003, o repasse à Saúde de nossa Cidade
- Ver. Dr. Raul, V. Exª é médico; Ver. Claudio Sebenelo, Ver. Dr. Goulart,
médicos aqui do nosso Plenário, que defendem a Saúde Pública, assim como todos
nós também, mas eles com participação mais ativa - foi de 251 milhões de reais.
O prejuízo que o PT causou à nossa Cidade foi de 56 milhões de reais; são 56
milhões de reais a menos na Saúde Pública, para a nossa Saúde! São 56 milhões
de reais a menos!
E
aí, sem que haja nenhum tipo de explicação, os Vereadores petistas vêm à
tribuna, Ver. Dib, e querem cobrar do Governo Fogaça a melhoria da Saúde em
nosso território! Eles tiram o dinheiro daqui, tiram os recursos para a Saúde
Pública - porque esses repasses, desde 1996, são repasses que vieram do Governo
Federal para o Município de Porto Alegre, é a municipalização da Saúde feita
pelo Prefeito Tarso Genro. Nessa municipalização da Saúde, o atual Governo
petista, o Governo do Lula, tira 56 milhões de reais em repasses - isso de 2002
para 2003 -; depois, Ver. João Antonio Dib, ele continua prejudicando a cidade
de Porto Alegre no item Saúde também em 2004 e 2005. Em 2004 o repasse é de 267
milhões, e em 2005 o repasse é de 260 milhões.
Ver.
Dib, eu quero agradecer a V. Exª pelos dados que me passa, porque, afinal de
contas, antes que qualquer Vereador petista venha aqui para cobrar a melhoria
da Saúde em Porto Alegre, tem que vir para explicar esse crime que é cometido,
Ver. Haroldo de Souza, contra a saúde do habitante aqui da nossa Cidade com
esse prejuízo que é dado. O Presidente Lula tira dinheiro da Saúde Pública aqui
em Porto Alegre. E mais ainda: infelizmente, além de todos esses prejuízos no
campo da Saúde, esses repasses que foram cobrados também pelo Ver. Adeli Sell,
pois o Estado não repassa aquilo que o Município tem direito com relação à
Saúde... O Ver. Adeli Sell ficou até o Governo Germano Rigotto, ele não foi
além; ele não quis dizer que o Governo do Sr. Olívio Dutra também não fez
repasses! Porque a situação do Governo do Estado é uma situação que vem crítica
há muito tempo, e o Governo do Ver. Adeli Sell, que foi representado lá pelo
Sr. Olívio Dutra, ajudou, em muito, para que o Estado ficasse na situação em
que nos encontramos.
Então,
eu acredito que quem deve respostas, na verdade, são aqueles que são
integrantes do PT e que poderiam vir aqui explicar por que o PT prejudicou
tanto a saúde dos habitantes da cidade de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON:
Presidenta-Vereadora Maria Celeste, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias e pelo canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Há
pouco, a pedido do Ver. Adeli, nós fizemos um minuto de silêncio em homenagem a
Dom Ivo Lorscheiter. Mas eu quero aproveitar esta oportunidade - em nome da
minha Bancada, a Bancada do PDT, do Ver. Márcio, do Ver. Mario Fraga, do Ver.
Nereu, da Verª Neuza Canabarro, em nome do Partido - para transmitir os nossos
mais profundos sentimentos de pesar por essa perda. Dom Ivo foi um homem que
deixou uma história na sua passagem por este Planeta. Homem voltado às pessoas
mais sofridas; homem preocupado com a qualidade de vida da população. Acho mais
do que justo reconhecermos tudo aquilo que representou Dom Ivo. Fica aqui, mais
uma vez, o nosso sentimento de pesar em nome da grande família trabalhista.
Mas,
quando eu quero ou pretendo dar um voto de confiabilidade ao nosso Presidente
da República, os noticiários, minha cara Vereadora, fazem tudo ir por água
abaixo. O jornal Zero Hora do dia 02 diz o seguinte: “R$ 20 milhões para
Reforma Agrária de Evo”. Quem é Evo Morales? Todo o mundo sabe, não vou ser
repetitivo. Todos conhecem a história de Evo Morales. (Lê.) “Uma Medida Provisória
aprovada no final da sessão de quarta-feira da Câmara de Deputados destina 20
milhões do Tesouro para ‘prestar assistência na implantação da política
fundiária do Governo boliviano (...)’. O auxílio, noticiado pelo jornal Correio
Braziliense, é igual à verba de todo este ano do programa Desenvolvimento
Integrado e Sustentável do Semi-árido, voltado para o Nordeste, e quatro vezes
maior do que todo o orçamento do programa Paz no Campo”.
É
difícil, não é minha gente? É difícil, meu caro telespectador! E o Governo
Lula, na calada da noite, numa Sessão de quarta-feira, vota essa Medida
Provisória! Por que esse dinheiro não é aplicado na Segurança, na Educação, até
na Reforma Agrária? Até na Reforma Agrária! Tanta promessa e tanta discussão
que já houve em todos os Parlamentos deste País sobre a Reforma Agrária! Quem
sabe o nosso querido Presidente Lula, uma noite destas, quando ele deitar no
travesseiro, dê uma revisada na sua memória e consiga se lembrar do nosso
saudoso Leonel de Moura Brizola! Esse, sim, podemos dizer que fez uma legítima
Reforma Agrária no Banhado do Colégio.
Agora,
de repente, votam 20 milhões para Evo Morales, que está brincando de legislar.
Temos muitos brasileiros que produzem lá, e a situação dos nossos brasileiros
que lá produzem é muito tensa; eles estão sob um regime praticamente de guerra.
E ainda o Governo Lula libera 20 milhões para Evo Morales? E nós enfrentando
problemas na Saúde, problemas de segurança, de moradia! Lamento profundamente
que os Deputados tenham votado essa Medida Provisória! Eu acho até que o
Governo não deveria governar através dessas medidas provisórias, o que a
maioria dos Governos faz. Acho que o Congresso, o Senado da República deveriam
rever isso com muita profundidade, pois muitas dessas medidas provisórias estão
sendo um atraso para o nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Ver. Ervino Besson.
O
SR. ADELI SELL: A minha
Questão de Ordem junto à Mesa é para prestar um esclarecimento no seguinte
sentido: Zeca Moraes, que foi Secretário do Governador Olívio Dutra, nunca
trabalhou em Camaçari; ele deu uma palestra sobre micro e pequenas empresas.
Portanto não confere o que foi dito pelo Ver. Braz. Não confere!
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada pelo esclarecimento.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA:
Presidente da Casa, Vereadores, Vereadoras, amigos que se encontram nas
galerias e aqueles que nos acompanham pela TV - infelizmente ainda fechada. Um
dia ainda teremos a Câmara Municipal em canal aberto, só assim poderemos
atingir todas as camadas da sociedade, e não uma parte dela - aqueles que têm
poder aquisitivo melhor, os que podem pagar a Net, aliás, cada vez mais cara.
Então, há desigualdade na maneira como chegam os trabalhos da Casa junto à
sociedade porto-alegrense. Quem sabe, algum dia, haja uma televisão aberta ou
uma rádio com seus horários destinados também para esta Casa.
O
Ver. Adeli Sell saiu deste plenário, após uma de suas falas hoje, dizendo que
saberíamos bem com quantos paus se faz uma canoa se o Governo do Fogaça
deixasse de responder aos inúmeros Pedidos de Informações que foram feitos pelo
grupo de trabalhadores do Partido dos Trabalhadores nesta Casa. Aí eu volto um
pouquinho no tempo. Quando o PT governou o Estado, era igual! Era difícil obter
informações de lá, do Palácio Piratini! Como era dificílimo receber resposta de
um Pedido de Informações feito ao Governo Municipal quando o PT estava no
Governo! Por Deus, Verª Margarete Moraes, minha querida Vereadora, é exatamente
o que acontece agora, sempre foi assim.
Quando
o PT governou o Estado, lembro bem, também faltavam medicamentos nos postos de
saúde. E como faltavam! Era matéria para os jornais e para esta tribuna a falta de
medicamentos nos postos de saúde do Estado. Quando o PT governou a cidade de
Porto Alegre por longos dezesseis anos, existiam também os problemas do lixo na
cidade de Porto Alegre, talvez não com a intensidade que estamos tendo agora,
mas também existiam os problemas do lixo na Administração petista Municipal.
Existiam duas Cidades: uma era vista pelos olhos petistas, e a outra era vista
pelos nossos olhos; sempre foi assim.
Não fomos nós que colocamos as carroças nas ruas de
Porto Alegre, não fomos! Aí existe o mérito da criação de um número de
empregos, de ocupação das pessoas desempregadas, mas não se calculou que isso
seria um problema social para Porto Alegre, resolvendo um problema e causando
um outro maior, que é este que nós enfrentamos agora das carroças na cidade de
Porto Alegre.
Nós também não tiramos as crianças de rua, o
Rigotto não tirou criança de rua, o Fogaça não está tirando criança de rua
coisa nenhuma, assim como Tarso Genro, que prometeu isso no discurso de posse.
Lembro bem: ele queria, em seis meses, tirar as crianças da rua, e eu, um
abobado ou, como diria o meu filho, um mangolão, acreditei no que o Tarso
estava dizendo. Entrei com o Projeto Casas-Lares aqui, hoje até estão usando
esse termo, mas não tem nada mais a ver com aquele Projeto meu, que morreu na
saudade, no sonho, transformou-se apenas numa leve fantasia. Retirar meninos e
meninas de rua é meta de todos nós, mas nenhum de nós tira e usa isso como
palanque eleitoral, ou não é assim? Foi assim: o Tarso prometeu, não fez, foi
cantar em outra freguesia, somar maior prestígio político em outra freguesia, e
as crianças estão na rua na Administração Fogaça.
Então,
gente, o meu PMDB... No caso, eu fui MDB antes, depois andei por aí, e as
pessoas criticam a troca de Partidos, mas são todos rigorosamente iguais nas
suas virtudes e nos seus defeitos. O PMDB tem tudo a ver com o PT? Até acho que
tem. O PT tem tudo a ver com o PMDB? Até acho que tem, mas então por que
brigaram tanto esses grupos antagônicos da política brasileira, Partido dos
Trabalhadores e o meu MDB? Então, vêm da raiz da política esses problemas que
nós enfrentamos hoje. Não há maiores considerações a se fazer, não há como
ficarmos surpreendidos com algumas decisões que são tomadas em Brasília, porque
aqui se tomam, também, as mesmas decisões. Eu pergunto mais uma vez: se o PMDB
e PT pensam iguais - até penso que pensam assim -, por que brigar tanto?
Eu
sempre defendi aqui mesmo, neste Plenário, logo que cheguei como Vereador, a
união definitiva dos Partidos ao passarem as eleições: trabalhar pelo social,
mas, única e exclusivamente, a união dos Partidos para trabalhar pelo social.
Se o PMDB é do Governo, recebendo a coalizão de forças de todos, mas sem
interesses por cargos, Secretarias, Ministérios; quem chegou ao Poder que
governe com o apoio de todos! Mas esses todos, indiferente se é PMDB, PT, PP,
PDT, PTB, não importa! Pelo social e não pelo pessoal! Não foi assim a primeira
Administração do Partido dos Trabalhadores? Pessoal! Não foi assim a
Administração do Governo do PMDB? Pessoal! Todos nós somos rigorosamente
iguais, a partir do instante que nós entendemos que assim é, essas uniões
fajutas que estão acontecendo por aí deixarão de existir, e a sociedade é que
vai ganhar com isso, e a classe política muito mais. Eu espero ver isso ainda.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo
quórum, passamos à
Em
votação o Requerimento de autoria dos Líderes da Casa para a votação das
seguintes matérias constantes na Ordem do Dia de hoje: Requerimento nº 011/07;
votação em bloco dos Requerimentos n°s 009/07, 013/07 e 017/07; depois, PR nº
085/06; PLL nº 078/06; PLCL nº 008/06; PLL nº 079/05 e PLCL nº 025/05.
Esclareço que o PLL nº 090/05 foi retirado a pedido do autor, Ver. Dr. Raul.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidente, requeiro a V. Exª que sejam votados, primeiro, os quatro
Requerimentos em bloco, se for possível.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Para
esclarecimento, então, Sr. Vereador: é possível votarmos os três últimos em
bloco, pois suas matérias têm a mesma essência. O primeiro Requerimento não é
possível ser votado em bloco, temos de abri-lo para encaminhamentos.
Os
Srs. Vereadores que aprovam a ordem de votação permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
a ordem de votação.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Professor Garcia, que solicita a
retirada de tramitação do PR nº 102/05, que altera a redação do art. 1º e o caput
do art. 2º, que institui o Prêmio Jurídico Otávio Francisco da Caruso da Rocha,
possibilitando que a concessão do Prêmio seja feita pelas Bancadas. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo que solicita a
substituição do Ver. Haroldo de Souza pelo Ver. Sebastião Melo na Comissão
Representativa para o ano em curso. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 011/07 – (Proc. Nº 0841/07 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Solidariedade às instituições, sem fins lucrativos, que mantêm creches comunitárias em todo o País, para fins de aprovação da Emenda nº 48 que incluí § 3º no art. 9º da Medida Provisória 339/06. (incluído em 26-02-07)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação o Requerimento nº 011/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 011/07
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu tenho certeza de que para
este Requerimento há consenso, mas fiz questão de vir à tribuna para chamar a
atenção de que mais do que uma Moção que vai em nome da Câmara de Vereadores de
Porto Alegre para todos os Deputados Federais... Tramita na Câmara Federal uma
Emenda à Medida Provisória que regulamentou o Fundeb, e essa Emenda permite que
as crianças atendidas pelas creches comunitárias de Porto Alegre contem, para
fins dos recursos do Fundeb, retornarem à cidade de Porto Alegre. Então, é
interesse da Cidade, é interesse da Secretária de Educação, é interesse do
Prefeito Fogaça, mas, mais do que isso, é interesse de todos que militam pelas
crianças e pelos adolescentes na cidade de Porto Alegre.
Eu quero lembrar aqui de algo que nós vivemos em
Porto Alegre, Ver. Braz. Quando o Fundef foi instituído, Porto Alegre passou a
perder nove milhões no início-ano, em função do número de matrículas, porque o
Fundo é estadual e retorna aos Municípios e Estado pelo número de matrículas. E
a cidade de Porto Alegre atendia a quase dez mil jovens e adultos, com
professores concursados presencial, que é diferente dos supletivos, do nosso
EJA. E a cidade de Porto Alegre conseguiu incluir a educação de jovens e
adultos na seqüência, no Fundef, pelas suas características, pela
inclusão no ensino fundamental regular, como turmas diferenciadas, e deixou de
perder nove milhões ao ano.
Então, Vereadora, eu acho que o mesmo fenômeno pode
se dar com a Educação Infantil. Nós temos um trabalho continuado, Ver. Dib,
durante onze meses as crianças são atendidas 12 horas por dia nas nossas
creches comunitárias. São atendidas em uma política pública realizada em
parceria Governo e sociedade civil. Há recursos públicos investidos, e esses
recursos, que ainda não são suficientes, só poderão avançar se for incluído
esse trabalho no Fundeb, no Fundo de Educação Básica.
Claro, isso não se conquistou na construção da lei,
porque a situação convênio/creche comunitária no País é muito diferenciada. Não
é uma política unificada nacional, é bastante difícil para a União entender
esses números, porque não está no censo escolar. Essa é uma caminhada que nós
teremos que realizar, para que essas matrículas na Educação Infantil sejam de
fato matrículas supervisionadas, inclusive pelo MEC. De fato, matrículas
reconhecidas como matrículas públicas. Mas o único caminho para que isso
aconteça - inclusive para as creches se tornarem, de fato, públicas, porque
hoje elas ainda cobram uma contribuição, nós ainda não podemos discutir todos
os critérios de ingresso das crianças - é essa inclusão no Fundeb. Assim, nós
teremos uma outra lógica para toda a Educação Infantil de Porto Alegre, as
escolas infantis e as creches comunitárias passarão a ter a mesma qualidade, a
mesma qualificação, e teremos uma Educação Infantil cada vez melhor.
Ver.
Garcia - e este é o
interesse expresso pelo Secretário Busatto, pela Secretária Marilu -, essa luta
está sendo levada pela nossa Deputada Maria do Rosário, cuja Emenda ela assinou
junto com uma série de Deputados Federais do Partido dos Trabalhadores, uma
Emenda que vem ao encontro dessa caminhada em Porto Alegre. Mas o meu
encaminhamento é no sentido de essa Moção chegar a todos os Deputados, Verª
Maria Celeste, a todos nós, às diferentes Bancadas daqui, aos Parlamentares
federais, porque é um ganho para a cidade de Porto Alegre. Não é só a Bancada
do Partido dos Trabalhadores que tem de buscar essa inclusão; todas as
Bancadas, tenho certeza, comprometidas com a criança e o adolescente devem
lutar por isso. Isso, claro, vai significar que o Brasil terá de se reordenar
para regularizar a Educação Infantil em todo o País, para ter uma política
única, o que, certamente, vai representar um avanço.
O meu apelo é de que essa
Moção, que sai daqui não assinada pela Verª Sofia, mas assinada por todos nós,
que vai ser da Câmara, seja utilizada para vocês influenciarem o voto de todos
os Parlamentares gaúchos e, quiçá, das Bancadas federais. Assim estaremos
revertendo e contribuindo para a qualidade da Educação Infantil. A Medida
Provisória será votada até o dia 14 de março agora. Então, é uma intervenção
nossa importante neste momento. É esse o apelo que faço, depois podemos
distribuir cópia da Moção para todas as Bancadas, com o número da Medida
Provisória para podermos interferir. Que Porto Alegre não saia perdendo
recursos no Fundeb, que possamos aplicar na Educação Infantil. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 011/07.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a Casa sabe que eu,
normalmente, não voto moções, nem de solidariedade, nem de repúdio, até porque,
sempre disse, moção dá, de repente, tensão, que termina dando agressão muitas
vezes. Mas, quando a Verª Sofia iniciou seu pronunciamento dizendo que esta
seria uma Moção aprovada pela unanimidade da Casa, eu me inclinei a
acompanhá-la. Mas li que serão 597 Ofícios, acho que temos de fazer uma
restrição. São 597 ofícios, continuo dizendo, mesmo que seja por e-mail, a Verª Sofia diz que manda por e-mail...
Se nós estamos
fazendo uma correspondência da Presidência da Casa para um Deputado e para um
Senador, eu acho que deve levar assinatura da Presidência. Se mandassem para as
Bancadas ou para a Presidência do Senado, para a Presidência da Câmara Federal
tudo bem, agora 597 Ofícios, não acho que fica bem. São 513 Deputados, 81
Senadores, o Fórum Municipal de Direito da Criança e do Adolescente, o Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e mais o Prefeito de Porto Alegre, eu acho
que nós podíamos restringir isso aí.
De qualquer forma, vou votar com a Verª Sofia, sim,
porque creche é alguma coisa que precisa ser apoiada sempre, especialmente para
aquelas crianças mais necessitadas, porque estas não têm. Então eu acho que a
medida é boa, por isso vou até abrir uma exceção na minha maneira de ser: não
voto moções, mas votarei nessa. Eu gostaria que fosse reduzido o número
de Ofícios ou e-mails, que seja. Eu preferia que fosse Ofício assinado
pela Presidência da Casa. Saúde e PAZ!
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 009/07 – (Proc. Nº 0708/07 – Ver. Aldacir Oliboni) – requer que o período de Comunicações, no dia 05 de abril de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso do 10º aniversário da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes. (incluído em 28-02-07)
REQ. Nº 013/07 – (Proc. Nº 0849/07 – Ver. Bernardino Vendruscolo) – requer que o período de Comunicações, no dia 27 de agosto de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso do Dia do Corretor de Imóveis. (incluído em 05-03-07)
REQ. Nº 017/07 – (Proc. Nº 0901/07 – Ver. Haroldo de Souza) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 27 de novembro de 2007, às 17 horas, destinada a assinalar o transcurso do 30º aniversário da Guarida Locadora e Mediadora de Imóveis Ltda. (incluído em 05-03-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
bloco dos seguintes Requerimentos: Requerimento nº 009/07, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni; Requerimento nº 013/07, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo; Requerimento nº 017/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
o bloco de votação.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3683/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 085/06, de autoria do Ver. João Bosco
Vaz, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao atleta Fabrício
Neis.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 26-02-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão
o Projeto de Resolução nº 085/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1997/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/06, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que institui o Estatuto do Pedestre, a Semana do Pedestre,
que ocorrerá na primeira semana de setembro de cada ano, o Conselho Municipal
dos Direitos do Pedestre (CONSEPE), a Ouvidoria do Pedestre e determina a
instalação de equipamentos nas edificações para prevenção de acidentes. Com
Emendas nºs 01 a 03.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 101 da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 09-08-06;
- discutiram a matéria os Vereadores
N.D’Avila, M.B.Ely(cedeu p/N.D’Avila).
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 078/06. (Pausa.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Nobre
Presidenta, eu gostaria de fazer uma Questão de Ordem. O art. 81 está sendo
invocado para votação deste Projeto de Lei. Eu quero, em primeiro lugar, dizer
que sou favorável ao planejamento familiar, não tenho nenhuma restrição, mas o
art. 81 está sendo invocado. Por outro lado, o art. 55 do Regimento Interno diz
que, se todas as Comissões se manifestarem contrariamente, o Projeto será
considerado rejeitado. Talvez seja uma questão a ser estudada, eu não quero nem
que me seja respondido agora. As três Comissões que se manifestaram foram
contrárias ao Projeto. Volto a dizer: eu sou favorável, como acho que toda a
Câmara é favorável ao planejamento familiar, mas é algo que deve ser estudado.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Informo ao Ver. João Antonio Dib que, com relação ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 090/05, já foi encaminhado um Requerimento do Dr. Raul
solicitando a retirada da Ordem do Dia de hoje. Nós estamos no PLL nº 078/06,
que eu iria proceder à leitura, mesmo o senhor trazendo uma discussão
importante sobre o art. 81, que logo a seguir a Mesa Diretora e os Líderes
desta Casa já estão providenciando fazer. Mas o Projeto que está em discussão
geral e votação é o PLL n° 078/06, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver.
Mario Fraga está com a palavra pra discutir o PLL nº 078/06.
O
SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho à tribuna apenas para
fazer uma homenagem, principalmente ao Ver. Nereu D’Avila, que tem lutado tanto
por este tema nesta Câmara. Então, nós, do PDT, vimos dar este apoio ao Ver.
Nereu D’Avila, autor do Projeto.
O
Sr. Nereu D’Avila: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Mario Fraga. Eu
quero dizer a V. Exª que já discuti a matéria, não posso mais discuti-la. Fico
contente que V. Exª e outros Vereadores tenham se inscrito.
Eu
queria chamar a atenção para dois fatos importantes a respeito desta discussão,
para acrescentar no conjunto da visão e do alcance deste Projeto; duas coisas
que aconteceram recentemente. A imprensa anunciou ontem que está sendo lançada
pela Prefeitura de Porto Alegre, através da EPTC, uma campanha de
conscientização da faixa de segurança. Eu creio até que foi lançada ao meio-dia
na Esquina Democrática. Acho importantíssima essa campanha, e um dos alcances
do Projeto é exatamente o uso da faixa de segurança pelo pedestre, tanto que o
Projeto é a respeito do Estatuto do Pedestre. É importantíssima essa iniciativa
da Prefeitura, que também realça um dos pontos principais do Projeto, que dá
direitos e também deveres aos pedestres.
E,
por falar em deveres, vem a segunda questão, Ver. Mario Fraga: foi publicada,
sexta-feira, nos jornais, uma condenação de uma pedestre, se não me engano, em
Guaíba, como culpada de um acidente de trânsito envolvendo uma moto. A notícia,
num primeiro momento, até parece algo estranho. Normalmente são os carros, as
motos, as viaturas os culpados em relação a pedestres. No caso, que já foi
julgado em primeira instância, a pedestre foi condenada como culpada do
acidente em relação à moto.
O
que chama a atenção também em relação a essa matéria que estamos começando a
discutir - o Estatuto do Pedestre - é que nem sempre o pedestre obedece às leis; o
pedestre é indisciplinado, principalmente em certas ocasiões, como essa em
Guaíba. Então, para demonstrar, com o Estatuto do Pedestre - e aí está a
questão para essa discussão ser aprofundada -, que nem sempre é só o pedestre
que tem razão. Eu agradeço muito a gentileza deste aparte.
O SR. MARIO FRAGA: Obrigado,
Ver. Nereu D’Avila. É nesse sentido que todos nós, Vereadores, devemos
conscientizar o pedestre do quanto é importante ele ter atenção no trânsito,
principalmente quanto à faixa de segurança, e respeitar. Então, a Bancada do
PDT e eu, em especial, como colega do Ver. Nereu D’Avila, damos parabéns a V.
Exª pela iniciativa e, se Deus quiser, Ver. Nereu D’Avila, vamos aprovar este
Projeto. Meus parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 078/06.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidente e Srs. Vereadores, eu também me associo ao Ver. Mario Fraga,
homenageando esse esforço extraordinário do Ver. Nereu D’Avila. Por quê? Porque
o Código Brasileiro de Trânsito esqueceu do pedestre. Das cento e tantas páginas
do livro, meia página é dedicada ao pedestre, Vereador, e especialmente a
legislação inclui obrigações do pedestre que nunca foram debatidas nem
divulgadas na imprensa, e agora o meritório trabalho do Ver. Nereu D’Avila faz
com que nós comecemos a ter conhecimento de pontos da lei que... Eu falo isso,
porque fiz agora o curso para revalidação da Carteira de Motorista, e, num
calhamaço imenso que existe sobre a direção defensiva, apenas meia página do
livro inteiro é dedicada ao pedestre.
Eu compreendo que nós vivemos na “idade do
automóvel”; eu compreendo que nós vivemos numa era em que, em vinte anos,
triplicou o número de automóveis na Cidade. Só que hoje nós também temos uma
demografia brasileira em que certamente, no mínimo, três quartos a quatro quintos
da população brasileira se
localizam em cidades com um trânsito intenso, localizadas em uma faixa
litorânea, dezesseis capitais, com o mapa tendendo, pesando muito mais para o
leste. E essas cidades que são capitais de Estados passam a ter problemas muito
sérios de circulação não só dos automóveis, mas, principalmente, dos pedestres,
que, em cidades populosas, passam a perder a sua hegemonia de preferência para
os automóveis.
Evidentemente,
dentro do automóvel sempre há uma pessoa, mas quero dizer que a máquina não
está mais a serviço do homem, ela está superando, inclusive, muitas vezes, o
ser humano. E, nessa competição entre o homem e a máquina, certamente há um
prejuízo fantástico, e há a importância crescente e emergente das faixas de
segurança. Como V. Exª falou muito bem agora, acho importantíssimo que outras
cidades tenham as suas formas de funcionamento do trânsito conhecidas, e que
essas experiências sejam trazidas para Porto Alegre, onde o desrespeito ao
cidadão, ao pedestre, é muito grande por parte dos motoristas - tanto de
veículos com quatro rodas, quanto de duas rodas.
Este
seu trabalho é, indiscutivelmente, um tributo, uma homenagem à vida dessas
pessoas, porque o número de acidentes é muito grande, inclusive na faixa de
segurança, e a penalidade não é tão grande como deveria ser. Faixa de segurança
deveria ser algo absolutamente invulnerável.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Claudio Sebenelo, como
não intervirei, quero dialogar com V. Exª, porque sei que V. Exª é uma pessoa
muito educada. Eu acho que, se nós instituíssemos a necessária gentileza no
trânsito... Porque, pelo que eu tenho visto, fico preocupada, acho que os
pedestres também se distraem, andam em lugares errados, mas, em relação à
violência de quem está dirigindo, os motoristas não se dão conta de que, com a
máquina, estão passando por cima das pessoas. E o que custa ser gentil? Como é
maravilhoso ser gentil, inclusive dirigindo! O trânsito poderia fluir muito
melhor. A experiência que eu tenho na Rótula da Nilo Peçanha, por exemplo...
Seria fácil se os motoristas olhassem quem está passando, que deixassem as
pessoas passarem e, em seguida, passassem devagar, não haveria problema, mas
parece que as pessoas estão sempre correndo atrás, no desespero. Então, acho
que nós temos que pensar - a EPTC - não só em orientar os alunos, as crianças,
os pedestres; temos que começar a parar os motoristas que estão agredindo no
jeito de dirigir automóveis na Cidade.
Saindo
da Câmara na sexta-feira, no fim da tarde, foi impressionante: um motorista
parou outro carro, trancou-o no meio da Perimetral, desceu e começou a surrar o
motorista do carro de trás! Então, as pessoas perderam a noção do quanto é
maravilhoso, inclusive, dirigir ouvindo uma música, poder viver em sociedade e
bem. Eu acho que nós temos que nos voltar para o motorista na questão da
educação para o trânsito. Obrigada.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Que maravilha ouvi-la, Vereadora, meus parabéns! Para terminar, eu queria só
dizer que há um simbolismo nisso, e esse simbolismo de uma agressão do
inconsciente coletivo inaudita passa, inclusive, para essa relação
humana e dialética entre pedestre e máquina, e aí, então, evidentemente, as
perdas são lamentáveis. Nós poderemos melhorar as relações humanas quando
melhoramos a nossa relação com o pedestre. É isso aí. Muito obrigado, Srª
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Sebenelo.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 078/06.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Verª Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, meu caro Ver. Nereu D’Avila, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores gostaria de estabelecer um diálogo com
Vossa Excelência. Conversando com vários Vereadores, inclusive numa reunião
rápida da Bancada, nós tínhamos a intenção de pedir uma reunião específica com
V. Exª, porque V. Exª apresenta aqui um conjunto de questões que é de suma
importância, é deveras positivo. Mas, como V. Exª pede o art. 81, nós não
tivemos a oportunidade de discutir nas Comissões e nem de fazer algumas Emendas
que achamos necessárias, porque há - V. Exª sabe, é um douto advogado - alguns
problemas de constitucionalidade, pois a matéria cria certas estruturas, e
talvez a gente pudesse dirimir essas dúvidas através de um debate. Então, nós
achamos que o seu Projeto, na verdade, é um cinco-em-um; são, na verdade, cinco
grandes temas num único Projeto. Isso não é um demérito, pelo contrário, é uma
capacidade que V. Exª tem de colocar várias questões para um único
guarda-chuva, que é esse Projeto de Lei.
Acontece
que há algumas questões, Ver. Nereu, que são, na nossa opinião, do Código de
Trânsito Brasileiro, elas estão, de alguma forma, contidas no Código de
Trânsito Brasileiro; outras, nós verificamos estar no Código de Edificações e
no Código de Posturas, e há algumas questões que estão em outras legislações.
Vossa Excelência foi da SMIC, eu também já fui, nós conhecemos, por exemplo, a
questão dos bares e restaurantes, já há uma normativa sobre esse tema. Então,
temos que ver como fazer essas adequações.
Assim,
há um conjunto de questões, e nós lhe confessamos, com toda sinceridade, que
gostaríamos de fazer o debate aqui, porque temos alguma dificuldade de votar
favoravelmente, hoje, o seu Projeto. Por um conjunto de questões não
equivocadas, mas complexas é que achamos que deveríamos verificar melhor essa
situação.
O
Sr. Nereu D'Avila: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, agradeço a Vossa
Excelência. Acho muito importantes as ponderações de V. Exª, muito mesmo, mas
só tentando dialogar, até para depois nós tentarmos um entendimento. Quando V.
Exª se refere ao art. 81, vamos convir, Vereador, eu entrei com esse Projeto em
14 de abril do ano passado, vai fechar um ano o mês que vem. De modo que, com
todo o respeito, houve bastante tempo para se estudar, mas não é por aí, acho
que podemos ter mais tempo para aperfeiçoá-lo.
A
segunda questão importante que V. Exª cita - por isso apresentei uma Emenda - é
que realmente eu queria proibir, no Projeto, todo o mobiliário urbano que
prejudica o pedestre, porque o passeio é do pedestre, mas tem toda espécie de
quinquilharia de concessionárias, orelhões para deficientes visuais, propaganda
irregular - V. Exª foi da SMIC, sabe -, ocupando cinqüenta por cento do espaço
público. Agora, efetivamente, nós temos uma grande discussão aqui a respeito de
bares e mesas nessa situação. Então, eu retiro essa questão que já está sendo
resolvida aqui, não vamos entrar em mais uma vedação no Projeto. Então, numa das
Emendas eu retiro do mobiliário urbano a questão de mesas e cadeiras na frente
dos bares, ou seja, no passeio público. Não vamos entrar, a Câmara já está
noutra faixa discutindo isso.
Há
outras questões que, efetivamente, eu gostaria de dialogar. Uma delas é a
questão da acessibilidade, que é exatamente a questão do mobiliário urbano.
Mas, de qualquer maneira, eu acho muito importante, e vou dizer mais ainda a
Vossa Excelência: não há nenhum açodamento da nossa parte no sentido de que a
Bancada do PT possa estudar melhor e trazer colaboração, inclusive, através de
emendas. De minha parte não há óbice.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Nereu D'Avila, no dia 12 de junho do ano passado, foi encaminhado para seis
Comissões da Casa. Então, a queixa que fiz no ano passado, inclusive a Verª
Margarete Moraes foi achincalhada por um colega, era de que havia gente, nas
Comissões, que sentava em cima do Projeto. De fato, seu Projeto foi prejudicado
em algumas das Comissões, porque estava para circular em seis Comissões, e isso
pode ter acontecido. Nós temos que discutir, inclusive, essa questão de que, em
algumas Comissões, os Processos ficam trancados, as pessoas sentam em cima, e
depois vem a história do art. 81, e somos obrigados a votar.
Mas
nós queremos manter o diálogo com V. Exª respeitosamente, pois V. Exª trata de
temas importantíssimos para a cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 078/06.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, nobres colegas
Vereadoras, Vereadores, eu quero, de pronto, falar da satisfação de termos no
dia de hoje um Projeto dessa envergadura na Câmara de Vereadores. Quero, de
início, parabenizar o proponente deste Projeto. É um Projeto abrangente e
importantíssimo e vem a calhar na Semana da Conscientização do Uso da Faixa de
Segurança, nobre Ver. Nereu D'Avila. Essa Semana foi um Projeto nosso, que esta
Câmara aprovou e que hoje está em execução. Nós tivemos o cuidado de hoje estar
presente lá e vimos a contrapartida do pedestre, de ele também querer
participar da Campanha, não somente o motorizado. Quando estávamos fazendo a
divulgação dessa conscientização, vimos a aceitação dos pedestres, vimos o
engajamento inclusive de pessoas que haviam sido atropeladas no sentido de
receberem o fôlder, para que também - e está no seu Projeto, no art. 4º, inciso
II - pudessem estimular o uso das faixas de segurança.
Esses
direitos e deveres são sumamente importantes; essa simbiose do pedestre
facilitar um pouco a vida do motorizado resulta em uma melhor qualidade de vida
na nossa Cidade. Logicamente, toda a culpa no trânsito, toda responsabilidade,
por mais que se cuide, é do motorista, mas o pedestre precisa ajudar,
contribuir também. Como eu falei na minha intervenção em Liderança, eu gostaria
de ver os nossos filhos, as pessoas transitando em Porto Alegre, passando de
quarteirão em quarteirão só pela faixa de segurança. Isso seria o ideal. Nós
temos que sonhar com o ideal para chegarmos próximos, e, à medida que chegamos
mais próximos, a qualidade de vida da nossa população vai ser melhor.
Então,
analisando pela sua abrangência, o Projeto tem o nosso apoio indiscutível.
Parabéns por um Projeto dessa grandeza, que se preocupa com os direitos e
deveres do pedestre em toda a sua amplitude. Já declaramos o nosso voto
favorável. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Verª
Maria Celeste, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa; público que nos assiste; em especial, cumprimento o Ver.
Nereu D’Ávila, Vereador da minha Bancada. Venho hoje a esta tribuna para
discutir o Projeto de sua autoria, Vereador, que institui o Estatuto do
Pedestre, a Semana do Pedestre - que ocorrerá na primeira semana de setembro de
cada ano -, cria o Conselho Municipal dos Direitos do Pedestre, a Ouvidoria do
Pedestre e determina a instalação de equipamentos nas edificações para
prevenção de acidentes.
Em
realidade, nós entendemos, assim como o Ver. Nereu, que, realmente, tudo que
puder ser feito, toda iniciativa, tanto do Poder Legislativo quanto do Poder Executivo,
que traga benefícios para o pedestre, vem somar, no sentido positivo, para uma
série de eventualidades que ocorrem no trânsito. Quem não tem na sua família
uma criança que foi atropelada, um familiar mais idoso que foi atropelado?
Eu gostaria, nesta oportunidade, de fazer uma
menção. A minha família, casualmente, tem uma residência ali na Av.
Independência, onde foi trocada a mão - num sentido vem o táxi-lotação, no
outro sentido vão os carros -, e inúmeros acidentes vêm ocorrendo ali porque as
pessoas se distraem. Já se propôs colocar correntes, uma série de propostas já
surgiram inclusive por parte dos moradores, mas realmente parece que ali a
pessoa se desliga, e só dá o clique na hora da buzina.
Então, realmente, Ver. Nereu, é meritória a sua
iniciativa. Nós entendemos que, infelizmente, a cultura, não só do povo gaúcho,
mas do povo brasileiro, não prioriza o pedestre. Nós temos a oportunidade de,
por vezes, viajar ao Exterior, e lá, quando se pisa na faixa de segurança, Ver.
Haroldo, os carros param; aqui parece que é o contrário: quando se pisa na
faixa de segurança, Ver. Nereu, aí é que o motorista acelera. Acho que
realmente este Projeto vem em boa hora, é um Projeto completo, é um Projeto que
visa não só a instituir o Estatuto, mas também a Semana do Pedestre; visa
também à criação do Conselho. Através do Conselho, a sociedade civil
organizada, o Poder Legislativo e o Poder Executivo podem se reunir com a EPTC,
com a Secretaria de Transportes para reunir elementos que possam se somar e
oferecer ferramentas para melhorar a qualidade do serviço no que diz respeito
aos pedestres na nossa Capital.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, para não tomar o tempo de
Vossa Excelência. Uma das criações do Projeto é o Conselho. Nesse Conselho
tinha ficado de fora a Secretaria de Acessibilidade, que é exatamente a que
trata das questões dos deficientes. Então, nós, com uma Emenda, estamos
reparando isso. É por isso que eu estou aberto à discussão, para que algum
outro cochilo, porventura existente, seja, por Emenda, corrigido, porque isso é
importantíssimo. Exatamente, nós queremos defender o pedestre, o seu dinheiro, permitir-lhe andar
naquilo que é seu, o passeio. Vossa Excelência sabe que o passeio está cheio de
quinquilharias de toda ordem, inclusive de concessionárias, e que o deficiente
visual é o maior prejudicado, é quem vai tropeçar nisso, e é exatamente a
Secretaria de Acessibilidade, nesse Conselho, que vai tratar do deficiente.
Obrigado.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Ver. Nereu, essa
preocupação é muito importante. Com certeza, em tempo estamos emendando o
Projeto para incluir aqui as pessoas portadoras de deficiência. Lembrou bem o
Ver. Nereu que os cegos têm tantos problemas. Um deles é o orelhão, onde,
muitas vezes, o cego bate com a cabeça. É meritória a iniciativa, meus
cumprimentos; com certeza, terá o nosso apoio.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 078/06.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e, muito especialmente, o
autor do Projeto, Ver. Nereu D’Avila, eu acho que, de certa forma, os colegas
Vereadores fizeram um apanhado geral. Na verdade, essa lei é inexeqüível. É
boa, mas é inexeqüível. Vou dizer por quê.
Vamos começar pelas
calçadas de Porto Alegre. Pega-se uma avenida, uma rua, e veremos que 30% da
calçada não é feita. E nós temos lei para isso, Ver. Adeli. A Prefeitura
deveria notificar o proprietário. No caso de o proprietário não fazer, ela
deveria mandar fazer a calçada e mandar cobrar do proprietário. Essa é a regra
estabelecida no Código de Edificações.
Na
verdade, na verdade, eu vou votar favoravelmente, mas quero dizer, meu amigo
Ver. Nereu, porque a lei é excepcional. Mas, com um padrão de vida de país da
América Latina, uma Capital que tem, sim, avanços, isso aqui talvez fosse mais
razoável se fizessem um Projeto mais enxuto, criassem o Conselho, e o Executivo
regulamentasse isso. Da maneira como está colocado... Eu acho que a lei é boa,
eu não tenho dúvida nenhuma sobre isso, mas a verdade é que ela se torna, pelos
padrões administrativos da Prefeitura, pela cultura estabelecida na Cidade,
difícil na sua execução.
E eu queria, Ver. Nereu, dialogar com V. Exª a
respeito, por exemplo, das multas. Está bem, nós temos várias leis que
estabelecem multas, mas como é que vai ser essa fiscalização? Vossa Excelência
estabelece multas - correto, no capitalismo a parte mais sensível do ser humano
é o bolso -, agora, como é que vai funcionar isso na prática?
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, muito boa a indagação de Vossa
Excelência. Quero dizer, para a tranqüilidade de V. Exª e dos outros Vereadores,
que foi pedido para o Sr. Govinatzki, Diretor da EPTC, um Parecer por escrito,
e ele mandou um Parecer muito fundamentado e tecnicamente robustecido no
sentido de que havia algumas incompatibilidades de multa do nosso Projeto em
relação ao Código Brasileiro de Trânsito. Então nós procuramos não só que as
multas fossem iguais, e por isso as Emendas, como também não excedessem aquilo
que o Código Brasileiro de Trânsito prevê. Agora, evidentemente, Vereador, V.
Exª está levantando o mesmo problema que seria do Código Brasileiro de
Trânsito, porque se lá há prescrições de multa, como elas são exercidas? Por
meio de fiscalização.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Bom, mas nesse
mesmo diapasão há uma lei, se não me engano é de V. Exª, determinando que os
cães devem andar com focinheiras, enfim, mas isso acaba não acontecendo na
Cidade... Então aquilo que muitas vezes V. Exª tem dito, que eu tenho dito e
que o Ver. João Dib repete várias vezes é que de leis o Brasil está cheio. Na
verdade, eu espero que a aprovação desta lei faça com que efetivamente ela
possa ser cumprida, porque realmente, no nosso País, o pedestre não tem vez,
pelo contrário, quem detém o carro é o cidadão que avança. E ele passa o sinal
vermelho mesmo durante o dia, não é só durante a noite, porque depois da
meia-noite as pessoas dizem: “Estou passando o sinal vermelho porque há
problema de segurança...” Até é justificável. Mas isso acontece durante o dia,
as pessoas não respeitam as faixas de segurança, essa é uma realidade! Estamos
falando absolutamente daquilo que a gente vê todos os dias nesta Cidade,
infelizmente é um trânsito muito, muito louco, e há pessoas muito loucas na
direção de seus carros.
Portanto, Ver. Nereu, eu não tenho discordância quanto ao teor. Eu só acho que,
realmente, talvez fosse melhor jogar isso com a regulamentação maior do
Executivo. Mas já que V. Exª trouxe do bojo e, evidentemente, distribuiu ao
Governo, especialmente à EPTC, e eles entenderam que é compatível,
evidentemente nós vamos seguir a orientação de votar favoravelmente. Muito
obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que pede o adiamento
da discussão do PLL nº 078/06 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1805/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen,
que estabelece condições para funcionamento de clubes sociais e associações que
estejam impedidas pela Lei Complementar Nº 12, de 7 de janeiro de 1975, de
realizar atividades no período noturno, em face da emissão sonora.
Observações:
- para aprovação,
voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 09-08-06.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLCL nº 008/06. (Pausa.)
O
SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Solicito
verificação de quórum.
O
SR. MARIO FRAGA (Requerimento):
Solicito que a verificação de quórum seja nominal.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): (Após
a verificação nominal.) Registro a presença de dezesseis Vereadores. Há quórum
para manter a discussão a respeito do Projeto. Não há quórum para votação, mas
o Projeto está em discussão.
O
SR. NEREU D'AVILA: Mas
V. Exª colheu quórum para a Ordem do Dia, Vereadora.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Para
Ordem do Dia, mas nós estamos em discussão geral e votação de um Projeto. Há
quórum para discussão do Projeto, e não para votação. Discutir o Projeto é
possível. Ao término dessa discussão, certamente aparecerá o quórum, porque
dois Vereadores adentraram no plenário e não conseguiram registrar suas
presenças, o que farão agora, com certeza.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para discutir o PLCL nº 008/06.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, nobres colegas Vereadores
e Vereadoras, é um Projeto, meus senhores, que eu julgo de uma importância
também vital para nossa Cidade. Falo, preliminarmente, que este Projeto não
interfere no Projeto da Lei do Silêncio, não tem nada a ver com a Lei do
Silêncio, que está em vigor, porque ele só começa a agir no momento em que a
Lei do Silêncio faz a sua parte.
Um
clube social com menos de mil associados e que não tem condições de fazer o
isolamento acústico do som tem o seu o salão social interditado. O que isso
acarreta? De uma maneira definitiva, esse clube tenderá a fechar suas portas.
Como aconteceu com o nosso Clube Glória, um clube de tradição em Porto Alegre:
o primeiro ato que fez esse Clube despencar foi quando o Ministério Público, em
função da Lei do Silêncio, interditou o salão social, foi uma derrocada; hoje o
Clube Glória não existe mais, tem lá um empreendimento imobiliário,
cooperativado.
Nós
temos diversos clubes em Porto Alegre em vias de fechar. Só numa linha reta de
poucos clubes: o Clube Partenon está com o salão social interditado, um clube
de uma estrutura patrimonial belíssima, ele está tendo dificuldades de
subsistir; Caminho do Meio; Independente, o Clube Independente; o Internacional
teve problemas; temos lá o nosso Clube Farrapos com problema semelhante, está
com o seu CTG interditado. Não restará um CTG em Porto Alegre que tenha os seus
galpões com costaneira que resista à Lei do Silêncio. Nenhum, meus senhores!
Nós fomos a um clube que estava para ser interditado por ser Área Verde. Se uma
pessoa começar a denunciar que o som está passando dos 60 decibéis em sua casa,
ele também terá o seu CTG interditado para atividades sociais. Nenhum CTG tem
condições - até pela cultura do tradicionalismo - de fazer com que isso
subsista.
Então,
nós propusemos este Projeto, pois, no momento que isso acontecer, o clube
poderá - vejam bem, senhores - fazer dois eventos sociais durante o mês, dois
eventos intercalados, mas terá que tirar autorização na SMAM com um mês de
antecedência, no início do mês, com o controle interno do som de 80 decibéis, o
que vai dar, em média, menos de os 60 decibéis consubstanciados pela Lei do
Silêncio. Quer dizer, nós daremos oportunidade para que os clubes possam abrir
o seu salão social ao menos duas vezes por mês - o coração de um clube é o seu
salão social. Como é que eu vou me associar, vou permanecer sócio de um clube,
se o salão social está interditado, se o clube não tem condições, com menos de
mil associados, classe média/baixa, de fazer uma sonorização acústica? Nós
fomos Presidente do Geraldo Santana e tivemos este mesmo problema: o CTG está
interditado, e começamos a fazer coisas subterrâneas lá, por causa da Lei do
Silêncio. A nossa boate fica embaixo de uma piscina, fica soterrada.
É o art. 81, Vereador e colega João Dib, o Projeto
passou pela Procuradoria da Casa e ficou quatro meses parado na Comissão de
Justiça. E eu tinha que apresentar este Projeto, era uma solicitação dos clubes
de Porto Alegre: Senalba, Secraso, Federaclubes, MTG - 1ª Região Tradicionalista.
Então, são essas as razões emotivas que me levam a
propor este Projeto e a pedir que os senhores dêem essa oportunidade para os
clubes sociais, que tanto fazem, que tanto colaboram com o Poder Público.
Porque lá no clube social o Presidente é responsável, o Diretor é responsável
por tudo, e, cada vez mais, com o novo Código Civil... Há parâmetros sociais
dentro daqueles clubes que fazem com que o indivíduo tenha que se comportar,
onde nossos filhos têm limites educativos de comportamento, eles não podem
transgredir a lei dentro de um clube. O que vamos querer que nossos filhos
freqüentem, Srª Presidenta? As praças públicas, os barzinhos ou os clubes
sociais da nossa Cidade? Era o que eu tinha a colocar, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Ismael.
O Ver. Adeli Sell
está com a palavra para discutir o PLCL nº 008/06.
O SR. ADELI SELL: Srª Presidente, Verª Maria
Celeste; caros colegas Vereadores e Vereadoras, o Ver. Heinen apresenta um
problema que nos persegue há um bom tempo na Cidade, a mim em especial. Fui
Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, responsável pelos
alvarás - evidentemente estas questões desembocavam na SMIC. Conversando dias
atrás com o Cecchin sobre este tema... Como a SMAM neste Governo nada faz sobre
esse problema da poluição sonora, tudo estoura na SMIC, portanto a situação da
SMIC é mais complexa do que no passado, quando lá estive.
Nós enfrentamos algumas questões, Ver. Heinen, e eu
vou lhe mostrar. A Verª Sofia acompanhou o caso do Clube Bandeirantes, se não
me falha a memória, onde havia, inclusive, um curso de jovens adultos, o EJA,
curso realizado à noite, e à noite também
eram realizadas partidas de futebol. Isso nos levou a várias e várias reuniões.
Não
é justificativa solicitar o art. 81 por que não passou nas Comissões. Eu tenho
mais um vez razão, Ver. Heinen, de dizer... E disse aqui, em dezembro, disse, e
disse alto, gritei, defendi, inclusive, a Verª Margarete das acusações de um
dos membros da Comissão de Constituição e Justiça que dizia que aquilo lá “era
uma Brastemp”. E o Ver. Dib já mostrou que era, na época, uma maquininha de
quinta categoria, porque sentava em cima de todos os Projetos. Vou falar
claramente sobre isso: era um verdadeiro tranca-rua! Por isso agora temos um
Projeto atrás do art. 81, porque não passava, dormia dentro da Comissão de
Constituição e Justiça. Vou ser claro: essa é a realidade como ela é.
Eu
disse para o Vereador, na época, ele não está mais aqui, mas volto a dizer -
posso falar agora, porque disse isso na época... Tínhamos de fazer essa
discussão, Ver. Heinen, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, chamar o
Secretário, perguntar a ele por que não há fiscalização em alguns lugares em
que fazem fuzarca à noite inteira. Como, por exemplo, aqui no Centro, na Rua
Marechal Floriano, e em outros lugares. Porque há clubes e clubes. Aqueles que
V. Exª citou são nota dez! Vossa Excelência tem toda a razão, tenho de
aplaudi-lo. Agora, lá na Av. Edgar Pires de Castro, que agora está cheia de
construções, tem uma bailanta que, na quinta, sexta, sábado e domingo, não
deixa ninguém dormir. Isso não é clube social!
Então,
vamos ter de fazer esse debate. Sou a pessoa mais interessada em fazer esse
debate, porque, além do conhecimento do assunto, tenho interesse no assunto,
quero separar o joio do trigo nesta Cidade. Há clubes que foram penalizados por
picuinha, por picuinha. Não tinham nenhum problema maior. Até, como o Ver.
Heinen colocou aqui, com relação a essa questão dos 80 decibéis internos, não
vejo nenhum problema, porque não haveria problema de zoeira com 80 decibéis.
Se
a gente pudesse voltar às Comissões, se discutíssemos na Comissão - no mínimo,
na Comissão do Meio Ambiente - e tirássemos uma posição mais trabalhada com os
Vereadores, acho que lucraríamos. Vossa Excelência sabe que eu quero ajudar a
resolver o problema, só que não posso aprovar do jeito que está, Ver. Heinen.
Já consigo vislumbrar o Veto da Procuradoria-Geral do Município, Ver. Braz, do
jeito que está este Projeto.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Adeli Sell, eu vejo que V. Exª discute com muita sabedoria o
Projeto. Eu também acompanho há muito tempo os clubes sociais, sei que alguns
deles, realmente, merecem esse esforço que está fazendo o Ver. Ismael,
exatamente para resolver um problema que, muitas vezes, faz com que o clube
feche. Mas também sabemos que há outros clubes que, realmente, acabam abusando
e atormentando a vida daqueles que estão ao redor. Então, V. Exª tem razão.
Eu vou solicitar à Vereadora-Presidente que nós possamos fazer o adiamento da discussão por uma Sessão, a fim de que, quem sabe, o Ver. Ismael possa ter tempo de dialogar mais com todas as outras Bancadas do Plenário.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta,
Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, o mundo todo, hoje, está preocupado com um assunto: a
poluição. É o gás carbônico infernizando a vida de todos, dificultando a
respiração; amanhã nós não teremos oxigênio suficiente; água poluída: daqui a
trinta anos, a cinqüenta anos, não teremos mais água potável. São todas
projeções para o futuro. Agora, com relação à poluição sonora, essa é para já,
é para ontem, é para hoje, é para amanhã, é para sempre! E, se houver qualquer
abertura na legislação sobre poluição sonora, podem saber que depois vem mais.
Eu gostaria de dizer que muitas pessoas procuram os
nossos gabinetes, e não só o meu, reclamando da intensidade do som. Porque,
quando a gente libera, não limita. E, de repente, se diz que pode ser 80
decibéis, 90, 110 ou 140 decibéis. Então eu acho que é perigoso, muito
perigoso. E votar uma lei desse tipo sem nenhum Parecer, sem que as Comissões
analisem, sem que haja de parte da população manifestação...eu acho que nós não
estamos representando o povo dessa forma, não. Nós temos recebido solicitações
da Casa, como um todo, neste plenário inclusive, para que seja diminuído o
ruído, e não para que seja aumentado.
Eu, que em 1972 fiz a Lei do Silêncio, acho que é chegada a hora de tomar mais
e mais cuidados, porque volto a dizer: a poluição sonora é a mais perigosa das
poluições, afeta o cérebro, afeta o coração, pode matar uma pessoa, pode tornar
uma pessoa impotente, uma série de problemas para quem tem que enfrentar a
poluição sonora.
O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vossa Excelência me honra com o seu
aparte.
O
Sr. José Ismael Heinen:
Nobre colega, Ver. João Antonio Dib, concordo plenamente, a Lei do Silêncio é
necessária, intocável, tanto é que a Lei do Silêncio está intocável neste
Processo. Nós apenas estamos dando uma oportunidade àquele clube que não se
enquadrou à lei de se redimir e conseguir fazer o isolamento acústico, porque,
com o salão fechado, ele não consegue fazer mais nada. Essa é nossa
preocupação, e, com a questão dos 80 decibéis internos, o clube que quiser
abrir terá que se sujeitar aos 80 decibéis internos. E tem mais: ele tem que
tirar autorização mensal na SMAM, se num desses eventos ele ultrapassar, não
renova mais a sua licença. Quer dizer, ele está bem enquadrado.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato pelo
aparte de V. Exª, mas eu estabeleci a medida dos 80 decibéis internos,
evidentemente na rua não terei 80 decibéis, terei menos, mas não há como medir,
porque as próprias instituições não estarão aparelhadas com decibelímetros para
saber se estão a 80, ou se medimos em 110, e ele diz que está em 70. Então, a
poluição mais perigosa, a mais imediata, a mais séria é a poluição sonora.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dib, eu quero também concordar com
sua posição de que não há condições de este Plenário avaliar Projetos como este
e o do Ver. Nereu, sobre o Instituto do Pedestre, sem que passe pelas
Comissões. Acho que nós temos que ser mais cuidadosos nisso, porque o
parecerista vai pesquisar, vai buscar posição; tem que receber uma opinião do
Governo sobre o assunto. Acho, Ver. Heinen, que a intenção é boa, e também
lutei muito para o Clube Bandeirantes se adequar, porque tem uma atividade
importante.
O Sr. José Ismael Heinen: Claro,
dificuldade do clube, né?
A Srª Sofia Cavedon: Mas o que
acontece? Os moradores também têm as suas razões; o Ver. Dib tem razão. Toda a
noite com barulho na janela não é possível. Então, Ver. Heinen, faço um apelo:
se o seu Projeto não tem Parecer de Comissões, que V. Exª retire o art. 81,
assim também o Ver. Nereu deveria fazer com o seu Projeto, o do Estatuto do
Pedestre. Um pouquinho mais de tempo às vezes permite o amadurecimento e uma
repercussão muito mais qualificada
na Cidade.
Eu
sei que o Ver. Nereu D’Avila falou do seu Projeto, que está há um ano na Casa
sem parecer da Comissão. Então, nós temos que discutir o que é que está
acontecendo com a Comissão de Constituição e Justiça. O Projeto do fumo também
foi um problema na Cidade, porque nós não tivemos possibilidade de discutir nas
Comissões. Isso, Srª Presidenta, está sendo tratado numa comissão específica,
mas acho que a Casa deve ser muito séria nisso, porque depois a gente vota a
lei e perde a força das leis, votamos e viramos chacota, às vezes, na Cidade.
Ou a lei vira uma lei morta e se presta para uma manchete num dia. Acho que a
gente tem que preservar um pouquinho mais a nossa função de Vereadores, de
Legisladores.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Agradeço
o aparte de Vossa Excelência. Realmente, este Projeto de Lei faria com que a
lei vigente fosse amortecida, o que é muito perigoso. Eu, durante toda a minha
estada nesta Casa, defendi um slogan: “Menos ruído=mais saúde”.
Portanto, menos ruído. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Ver. Luiz Braz, já há na Mesa um Requerimento pedindo o adiamento da discussão
deste Projeto, com a concordância do autor.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLCL nº 008/06.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, creio
que nós temos que analisar o Projeto do Ver. José Ismael Heinen sob dois
enfoques: um, o método de tramitação; o outro, o mérito do conteúdo
apresentado. Eu faço coro aqui com os Vereadores que me antecederam a respeito
das dificuldades de análise dos Projetos nas diversas Comissões, para que os
Projetos venham a este Plenário já orientados pelo estudo, pelo debate nas
Comissões. Se não for em todas, Ver. João Antonio Dib - V. Exª tem acordo de
que nós devemos fazer uma reestruturação no nosso Regimento Interno -, se
houver um pedindo de urgência de votação, que, no mínimo, a Comissão de
Constituição e Justiça faça a análise, ou uma Comissão afim.
Neste caso, como é um Projeto que trata do tema de
regramento de funcionamento dos clubes sociais, é uma questão do Código de
Postura da Cidade e/ou relacionada ao próprio Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental, que estamos na iminência de receber do Executivo para
analisar. De qualquer forma, acredito que o Ver. Ismael traz um tema meritório
à discussão e que é um conflito.
Aproveito para dizer que há clubes e clubes. Há um
conjunto de instituições que merece, sim, ser analisado por nós, como as
instituições históricas, que têm um trabalho com as comunidades que têm quadro
associativo, que trabalham com afinco em outros temas sociais para ajudar a
construir relações comunitárias sociais. Creio que nós temos que analisar isso
de comum acordo com as sociedades vizinhas, porque agora temos organizado e
legalmente instruído em todo o Brasil o chamado Impacto de Vizinhança, por meio
do qual podemos mediar esses possíveis conflitos.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, quero dizer a V.
Exª que a Lei do Silêncio e o Código de Posturas são de autoria deste Vereador.
Mas V. Exª está falando na comunidade, na tolerância e no encontro da
coletividade. Então nós temos que começar com tolerância zero em matéria de
ruído, ou nós nunca vamos eliminar o problema, que é sério. E não é só nos
clubes, é no trânsito da cidade de Porto Alegre, que também há ruído, e nós
precisamos combater isso.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Aproveitando
o seu aparte, Ver. Antonio Dib, peço que o nosso colega Vereador e atual
Secretário Beto Moesch nos auxilie, pois está acontecendo em Porto Alegre a
chamada festa rave na Região Sul, lá no Lami, Belém Novo, Extrema e Vila
Nova. O que são as festas rave? São festas realizadas no campo, a céu
aberto, por 24 horas ou 44 horas, com som consecutivo. Não são 80 mil decibéis,
devem ser 800 mil decibéis, ouvidos há 10Km de distância, e a comunidade do
entorno não dorme. A SMAM tem recebido um
conjunto de orientações e denúncias, e isso já está se repetindo há mais de
seis meses. Corrijam-m os meus colegas Vereadores que participam e sabem sobre
a Zona Sul se isso não é uma realidade. Inclusive há participantes do Plenário
acenando positivamente nesse sentido. Solicitamos auxílio a V. Exª, junto com
os demais Vereadores, pois é um tema que diz respeito justamente a este debate.
Uma festa rave como essa é diferente de um clube de uma comunidade, onde
o clube faz parte da comunidade, quer fazer uma festa de aniversário, quer
fazer uma festa de casamento, e, obviamente, toca um baile ali. Então, esses
clubes são aceitos na coletividade. Eu não estou defendendo aqui que tenhamos
que quebrar as regras e não trabalhar as questões ambientais.
Portanto,
volto a dizer que é meritório o Projeto que o Vereador traz, para que possamos
encontrar não só sob o ponto de vista legal do aperfeiçoamento e do
enquadramento das leis, mas que possamos discutir com mais profundidade,
inclusive, com o apoio das Comissões Técnicas desta Casa.
O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte?
O SR. CARLOS COMASSETTO: O meu tempo já venceu, Ver. José Ismael
Heinein, se a Presidenta assim o permitir...
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Tempo encerrado, Srs. Vereadores, até porque são 18h48min, e encerra-se a
presente Sessão. Nós temos de votar o Requerimento para, se assim desejarem os
Srs. Vereadores, darmos continuidade a esta Sessão pelo tempo regimental.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, a prorrogação da Sessão por mais duas
horas. Solicito o fechamento do painel eletrônico. (Pausa.) Registro a presença
de dezesseis Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. Não há quórum para continuarmos a presente
Sessão; por se tratar de votação de Requerimento de prorrogação da Sessão, não
é quórum para discussão. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h50min.)
*
* * * *